O Presidente Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial


O presidente Jair Bolsonaro participou, nesta última semana, do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça. Foi seu primeiro compromisso oficial no exterior, depois de empossado. As expectativas da comunidade internacional eram altas, e o presidente Bolsonaro recebeu a honra de fazer o discurso de abertura do evento anual, que reúne chefes de estado e de governo de dezenas de países, além de inúmeros empresários. Este ano não participaram do evento os líderes de grandes e importantes países, como Estados Unidos, França e Reino Unido, o que acabou dando mais visibilidade ao Brasil.

Era uma oportunidade muito importante de mostrar ao mundo a nova cara do Brasil e afirmar nossos resgatados valores, e divulgar a agenda do governo, que inclui medidas tais como a reforma da previdência, a privatização de empresas estatais, a reforma tributária, entre outras.

O discurso do presidente foi, ao meu ver, curto demais! Não estou criticando o que foi dito, acho que o conteúdo do discurso em si foi bom. E claro que não estou defendendo que o presidente tivesse feito um discurso longo e enfadonho como muitos ex-presidentes fizeram. Acho apenas que, já que tínhamos tanto destaque, até mesmo por causa da ausência de líderes importantes, que o presidente poderia ter aproveitado melhor o tempo e feito um discurso um pouco mais completo. Por exemplo, quando citou o fato de sermos o país que mais preserva o meio ambiente, poderia ter dito que somos o país que mais preserva a sua cobertura florestal original. Quando se referiu ao agronegócio, poderia ter dito que aumentamos nossa produção ano a ano, sem com isso avançar sobre áreas protegidas, graças a nossa tecnologia e produtividade.

Ainda na área da preservação ambiental, que era o tema de maior preocupação no fórum deste ano, o presidente poderia ter utilizado seu discurso para dizer que há décadas o Brasil já utiliza uma frota de automóveis que roda com combustível não fóssil, o etanol, e que, ao contrário de outros países que fabricam etanol a partir do milho, nosso etanol é fabricado a partir da cana-de-açúcar, ou seja, não precisamos sacrificar alimentos para produzir combustível. Também poderia ter dito que aproximadamente 70% da energia que consumimos provém de usinas hidrelétricas, ou seja, uma fonte renovável de energia!

Muito poderia ter sido dito, mesmo num discurso curto, para mostrar que, apesar dos nossos problemas, somos um país sério e com todas as condições de crescer, e que busca parcerias estratégicas para alcançar este crescimento!

Mas o balanço geral foi bom, as reuniões das quais participou o ministro da economia Paulo Guedes foram muito bem avaliadas pelo mercado e pelos investidores presentes. Mas agora é necessário sair do campo teórico e passar a trabalhar para transformar as ideias em realidade. Isto não será fácil, a reforma de previdência social, por exemplo, demandará muito trabalho por parte dos interlocutores do governo junto aos parlamentares para convencê-los a aprová-la!

Estes são os primeiros dias do novo governo, até aqui, houve alguns tropeços, principalmente na comunicação, mas o balanço é positivo, o governo mostra uma verdadeira vontade de acertar. Vamos continuar acompanhando tudo com atenção!

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