Bolsonaro no Chile
Presidente Jair Bolsonaro e Presidente do Chile Sebastián Piñera |
Na quinta-feira 21 de Março, o presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Santiago do Chile, dando início a sua primeira visita oficial a um país sul-americano, desde a sua posse em janeiro. O presidente Bolsonaro rompe, com esta visita, a tradição de se visitar primeiramente a Argentina, nosso maior parceiro comercial na região. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, recebereu o presidente brasileiro, e ofereceu um almoço em sua homenagem, no sábado, no Palácio de La Moneda, a sede do governo chileno.
A visita de Bolsonaro ao Chile ocorre durante um momento bastante delicado, envolvendo as declarações do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, que foram respondidas por Bolsonaro a partir do Chile, numa troca de recados via imprensa, que intensificou o mal-estar entre o chefe do Executivo e o presidente de uma das Casas do Poder Legislativo.
O presidente brasileiro foi recebido com protestos, organizados por entidades de defesa dos Direitos Humanos, e de defesa das Mulheres e dos Direitos dos LGBT, causados pela repercussão de suas declarações envolvendo mulheres, homossexuais, e principalmente, devido às suas palavras de apoio e reverência, ao ditador Augusto Pinochet, que governou o Chile entre 1973 e 1990. Embora o Chile tenha se modernizado e sua economia tenha crescido neste período, muitas pessoas foram presas, torturadas e mortas pelo regime ditatorial de Pinochet. O apoio de Bolsonaro a Pinochet sempre foi de conhecimento público, tendo afirmado em uma ocasião que "ele fez o que tinha que ser feito", e sendo que, em 1998, quando o ditador foi preso em Londres, durante uma viagem para a realização de um tratamento de saúde, Bolsonaro usou a tribuna da Câmara dos Deputados, para proferir um discurso em defesa de Pinochet. Ao ser questionado por um jornalista estrangeiro, sobre a sua opinião em relação a Pinochet, Bolsonaro respondeu: "o que eu penso de certas coisas eu falo no Brasil, aqui eu respeito o povo chileno".
Além dos protestos de populares, o presidente do Senado chileno Jaime Quintana, disse em entrevista que "os admiradores de Pinochet não são bem vindos no Chile", e ele, juntamente com parlamentares da oposição, recusaram um convite feito pelo presidente Piñera, para um almoço que foi oferecido em homenagem ao presidente Bolsonaro. Após Bolsonaro deixar o Chile, o próprio presidente Piñera criticou Bolsonaro, por "afirmações infelizes sobre ditaduras". Apesar disso tudo, ao visitar um Shopping Center em Santiago, Bolsonaro foi bem recebido pelos consumidores ali presentes.
O principal motivo da visita de Bolsonaro ao Chile, foi a sua participação na reunião de cúpula, para a assinatura do documento que criou o PROSUR, novo grupo de cooperação entre os países da América do Sul. Além dele e de Piñera, compareceram também os presidentes Maurício Macri, da Argentina, Ivan Duque, da Colômbia, Mario Abdo Benitez, do Paraguai, Martín Vizcarra, do Peru, e Lenin Moreno, do Equador, além do embaixador da Guiana, George Tabot, e de representantes diplomáticos da Bolívia, Uruguai e Suriname.
Brasil e Chile assinaram acordos de cooperação em energia e segurança cibernética. Bolsonaro e Piñera também assinaram declaração conjunta em que rejeitam uma intervenção militar na Venezuela. O presidente brasileiro também agradeceu o colega chileno, por este ter concordado em organizar a COP25, encontro sobre mudanças climáticas promovido pela ONU, que ele se recusou a organizar.
Para o Chile, a visita de Bolsonaro foi considerada importante, apesar dos protestos e críticas, porque o Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na região, e o principal destino de investimentos chilenos no exterior, com um volume de mais de US$ 35 bilhões.
Para o Brasil, os aspectos comerciais são importantes, ainda mais com o acordo de livre comércio assinado por ambos os países em 2018. O Chile é o país com o maior crescimento econômico da região, com o maior PIB per capita, oferecendo um mercado atrativo para as empresas brasileiras. Além disso, com o programa de desestatização do governo brasileiro, poderemos atrair ainda mais investimentos chilenos. Ambos os países podem se beneficiar de uma relação mais próxima.
A viagem também evidenciou as consequências das declarações passadas de Bolsonaro, que já defendeu Pinochet, já elogiou Alfredo Stroessner, ditador paraguaio, e nega que tenha havido um golpe em 1964, no Brasil. Seu posicionamento em relação a estes temas é problemático, causando desconforto diplomático com países com os quais temos relações diplomáticas saudáveis. Não podemos dizer que estamos surpresos, já sabíamos destes posicionamentos, pois fazem parte do discurso de Bolsonaro desde sempre! Apesar de todas as críticas recebidas, o presidente não parece ter a intenção de rever seu posicionamento. O presidente Bolsonaro pode ter a sua opinião pessoal sobre tudo, só deve ter o cuidado de não transformar o seu posicionamento pessoal em posicionamento do país. Aí sim as coisas complicariam!
O presidente brasileiro foi recebido com protestos, organizados por entidades de defesa dos Direitos Humanos, e de defesa das Mulheres e dos Direitos dos LGBT, causados pela repercussão de suas declarações envolvendo mulheres, homossexuais, e principalmente, devido às suas palavras de apoio e reverência, ao ditador Augusto Pinochet, que governou o Chile entre 1973 e 1990. Embora o Chile tenha se modernizado e sua economia tenha crescido neste período, muitas pessoas foram presas, torturadas e mortas pelo regime ditatorial de Pinochet. O apoio de Bolsonaro a Pinochet sempre foi de conhecimento público, tendo afirmado em uma ocasião que "ele fez o que tinha que ser feito", e sendo que, em 1998, quando o ditador foi preso em Londres, durante uma viagem para a realização de um tratamento de saúde, Bolsonaro usou a tribuna da Câmara dos Deputados, para proferir um discurso em defesa de Pinochet. Ao ser questionado por um jornalista estrangeiro, sobre a sua opinião em relação a Pinochet, Bolsonaro respondeu: "o que eu penso de certas coisas eu falo no Brasil, aqui eu respeito o povo chileno".
Além dos protestos de populares, o presidente do Senado chileno Jaime Quintana, disse em entrevista que "os admiradores de Pinochet não são bem vindos no Chile", e ele, juntamente com parlamentares da oposição, recusaram um convite feito pelo presidente Piñera, para um almoço que foi oferecido em homenagem ao presidente Bolsonaro. Após Bolsonaro deixar o Chile, o próprio presidente Piñera criticou Bolsonaro, por "afirmações infelizes sobre ditaduras". Apesar disso tudo, ao visitar um Shopping Center em Santiago, Bolsonaro foi bem recebido pelos consumidores ali presentes.
O principal motivo da visita de Bolsonaro ao Chile, foi a sua participação na reunião de cúpula, para a assinatura do documento que criou o PROSUR, novo grupo de cooperação entre os países da América do Sul. Além dele e de Piñera, compareceram também os presidentes Maurício Macri, da Argentina, Ivan Duque, da Colômbia, Mario Abdo Benitez, do Paraguai, Martín Vizcarra, do Peru, e Lenin Moreno, do Equador, além do embaixador da Guiana, George Tabot, e de representantes diplomáticos da Bolívia, Uruguai e Suriname.
Brasil e Chile assinaram acordos de cooperação em energia e segurança cibernética. Bolsonaro e Piñera também assinaram declaração conjunta em que rejeitam uma intervenção militar na Venezuela. O presidente brasileiro também agradeceu o colega chileno, por este ter concordado em organizar a COP25, encontro sobre mudanças climáticas promovido pela ONU, que ele se recusou a organizar.
Para o Chile, a visita de Bolsonaro foi considerada importante, apesar dos protestos e críticas, porque o Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na região, e o principal destino de investimentos chilenos no exterior, com um volume de mais de US$ 35 bilhões.
Para o Brasil, os aspectos comerciais são importantes, ainda mais com o acordo de livre comércio assinado por ambos os países em 2018. O Chile é o país com o maior crescimento econômico da região, com o maior PIB per capita, oferecendo um mercado atrativo para as empresas brasileiras. Além disso, com o programa de desestatização do governo brasileiro, poderemos atrair ainda mais investimentos chilenos. Ambos os países podem se beneficiar de uma relação mais próxima.
A viagem também evidenciou as consequências das declarações passadas de Bolsonaro, que já defendeu Pinochet, já elogiou Alfredo Stroessner, ditador paraguaio, e nega que tenha havido um golpe em 1964, no Brasil. Seu posicionamento em relação a estes temas é problemático, causando desconforto diplomático com países com os quais temos relações diplomáticas saudáveis. Não podemos dizer que estamos surpresos, já sabíamos destes posicionamentos, pois fazem parte do discurso de Bolsonaro desde sempre! Apesar de todas as críticas recebidas, o presidente não parece ter a intenção de rever seu posicionamento. O presidente Bolsonaro pode ter a sua opinião pessoal sobre tudo, só deve ter o cuidado de não transformar o seu posicionamento pessoal em posicionamento do país. Aí sim as coisas complicariam!
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