A demissão do Ministro da Educação
Presidente Jair Bolsonaro e o ex-Ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez |
Nesta segunda-feira, 8 de Abril, o Presidente Jair Bolsonaro comunicou, através de sua conta no Twitter, a demissão do Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Na última sexta-feira, o presidente tinha sinalizado, durante declarações a jornalistas, que resolveria nesta segunda-feira a questão envolvendo a permanência do ministro Vélez.
Através do Twitter, foi anunciado o nome de Abraham Weintraub, para ocupar o cargo de Ministro da Educação. Weintraub, de 47 anos, é economista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e já atuou no mercado financeiro, tendo trabalhado no Banco Votorantim e na BM&F-Bovespa. Atuou na equipe de transição, na área de Previdência Social, tendo elaborado, em conjunto com professores da Unifesp, uma Proposta de Reforma da Previdência, antes de ser apresentada a proposta da equipe econômica. Atualmente era o número dois da Casa Civil, ocupando o cargo de Secretário Executivo.
Abraham Weintraub, novo Ministro da Educação |
Em entrevista exclusiva concedida, no mesmo dia, ao jornalista Augusto Nunes, da Radio Jovem Pan News, o presidente Bolsonaro justificou a demissão dizendo que foi um problema de gestão. "Basicamente é a questão da gestão. Lamentavelmente o ministro não tinha essa expertise. Aí foi acumulando uma série de problemas. A gente não pode deixar sangrando um ministério que é importantíssimo", afirmou o presidente.
Com um orçamento de R$ 122 bilhões, um dos maiores da Esplanada, o Ministério da Educação vêm enfrentando dificuldades extremas, estando paralisado por conta principalmente de medidas equivocadas tomadas pelo ex-ministro em meio a disputas internas entre militares e seguidores de Olavo de Carvalho. O ex-ministro Vélez exonerou uma série de servidores, incluindo o secretário executivo do ministério, e o presidente do INEP. Estas demissões deixaram o MEC acéfalo. Além disso, Vélez já tinha protagonizado outros momentos constrangedores, como aquele no qual afirmou que os brasileiros parecem "canibais", quando viajam ao exterior. Também tomou medidas polêmicas, como enviar carta às escolas, pedindo que os alunos fossem filmados entoando o hino nacional e falando o slogan de campanha de Bolsonaro. Vélez também havia dito que queria mudar os livros didáticos para revisar como tratam o Golpe de 64 e a Ditadura Militar.
Que o Ministério da Educação é um dos mais importantes, não há dúvidas. Mas infelizmente o atual governo, focando apenas em acabar com o viés ideológico de Esquerda na Educação, aplicado durante os governos petistas, terminou por detonar todo o bom trabalho feito durante o governo Temer pelo ministro Mendonça Filho, que conseguiu aprovar medidas elogiadas como a Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Curricular.
Hoje, com o ministério acéfalo, com a pasta paralisada, os rumos da Educação no Brasil são incertos. Ao chegar nos primeiros cem dias de governo, ainda não existe um projeto concreto para uma área tão importante. Infelizmente, a Educação não está sendo tratada com a importância devida. Perdem nossas crianças e jovens. Perde o Brasil. Que o novo ministro tenha a competência necessária para mudar este quadro lamentável.
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