Taxa Selic cai para 5% ao ano

Edifício-Sede do Banco Central do Brasil - Brasília/DF

No dia 30 de Outubro foi realizada a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, destinada a definir a taxa de juros básica da economia brasileira. Como já era previsto pelos economistas e pelo mercado, a taxa Selic sofreu um corte de 0,5%, caindo para 5% ao ano, a mais baixa taxa de juros da nossa história!

Isto foi possível devido ao fato da inflação estar sob controle, e também pelo fato da atividade econômica ainda se manter crescendo num ritmo aquém do esperado. Em seu relatório, o COPOM deixou claro que poderá fazer um novo corte de 0,5% na próxima reunião, que será nos dias 10 e 11 de dezembro, a última reunião de 2019. O Banco Central frisou porém, que a decisão ainda dependerá da análise da conjuntura econômica e do comportamento da inflação.

Embora seja ótimo ver a taxa de juros caindo a níveis civilizados, não podemos nos esquecer que essa queda ocorre devido a ainda fraca recuperação econômica. Felizmente, o outro fator que determina a taxa de juros, a inflação, está sob controle e não possui no momento pressão de demanda que possa fazer com que suba de forma abrupta ou descontrolada.

A taxa de juros é a principal ferramenta de política monetária do governo, e é usada para controlar a inflação. Como hoje o país felizmente não possui a memória inflacionária que possuía até a década de 90, é possível que a taxa se mantenha oscilando entre 4% a 6% ao ano, caso não ocorram eventos excepcionais ou crises extremas. O comportamento do consumo, à medida que a economia for retomando o vigor e o crescimento, será o fator determinante quanto ao futuro da taxa de juros no médio prazo. No curto prazo, as indústrias ainda possuem capacidade instalada ociosa, podendo atender ao aumento da demanda do consumo sem necessidade de novos investimentos. Por isso a inflação, no curto prazo deverá permanecer sob controle.

Outro fator importante é que com a taxa Selic baixa, investimentos financeiros antes atraentes perdem rentabilidade, fazendo com que muitos investidores migrem para a Bolsa de Valores, em busca de maior rentabilidade. Isto abre a oportunidade para muitas empresas venderem os seus papéis e captarem recursos para financiar a sua modernização e ampliação, gerando novos empregos, ajudando a reaquecer a economia.

Falta somente a taxa de juros que os consumidores pagam ao contrair empréstimos, financiamentos ou ao comprar a prazo, também caiam para níveis civilizados. Mas nesse caso, o que ajudaria seria a concorrência no setor financeiro, algo que ainda não existe a contento no Brasil. Mas este é um assunto para outro artigo!

Por hora, vamos comemorar, pois estamos vendo nossa economia voltando a crescer, depois de despencar na mais profunda recessão da nossa história, com inflação controlada e juros baixos. Aos poucos os empregos estão sendo criados, e finalmente parece que todos estamos saindo do fundo do poço. O ano de 2019 foi o ano em que preparamos o terreno e começamos a plantar. Em breve virá a recompensadora colheita! 

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