Série: O país que eu quero! 2 - Política

A Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios

Neste segundo artigo para a série O país que eu quero!, vou tratar de um assunto que ganhou muita importância nos últimos anos: a Política! Sempre deixei claro que considero saudável que a população tenha despertado para o debate político. Durante muito tempo, o pensamento dominante na sociedade brasileira era que política, futebol e religião não se discutiam. Posso concordar com relação a futebol e religião, pois em um caso se trata de paixão e no outro se trata de fé, que são valores individuais, os quais devem ser tratados com muito cuidado e respeito. Já no caso da Política, o debate é fundamental, já que é parte inerente daquilo que ela é. Passou-se a falar muito na nova política, e aqueles que se apresentaram como representantes desta nova forma de encarar o serviço público, ganharam destaque nas últimas eleições. Em um país onde a Democracia é plena, não é possível fazer Política, nova ou velha, sem diálogo e sem debate de ideias. 

No país que eu quero, a sociedade compreende o seu papel no processo político e participa ativamente dele! As pessoas sabem que devem participar da escolha de seus representantes e governantes, e que esta escolha deve ser feita com muito critério. No país que eu quero, os cidadãos estão conscientes do valor do seu voto e não o entregam a qualquer um!

No país que eu quero, as pessoas sabem que sua participação no processo político não se resume a votar de quatro em quatro anos. Elas sabem que devem monitorar o trabalho daqueles que foram eleitos e sabem que, para que a sociedade possa evoluir, elas também precisam trabalhar pelo interesse público, participando da política não apenas como eleitoras, mas também concorrendo às eleições e exercendo cargos públicos. Como eu sempre digo, nova política é feita por novas pessoas! Só com novas pessoas participando e trabalhando em funções públicas, é que poderá ocorrer uma verdadeira renovação política!

No país que eu quero, as pessoas que se candidatam a cargos públicos o fazem com o sentimento de servir à sua comunidade, recebendo em troca de seu trabalho uma remuneração justa e compatível com a função exercida, e nunca esperando regalias ou benefícios além daqueles concedidos a todos os demais cidadãos. No país que eu quero, aqueles que exercem cargos públicos não se consideram superiores ou melhores que os demais cidadãos, ao contrário, são pessoas conscientes da grande responsabilidade que lhes foi confiada e por isso trabalham com retidão, zelando pelo patrimônio e pelos recursos públicos, e sempre prestando contas de seu trabalho.

O país que eu quero é um país que possui o sistema de voto distrital, que torna a representatividade política mais efetiva. Cada distrito escolhe o seu candidato dentre os seus próprios moradores, fazendo com que o contato entre o eleitor e o eleito seja mais próximo, e fazendo também que exista uma relação de confiança entre ambas as partes. Com o voto distrital cada eleitor sabe que o seu voto foi efetivamente para o candidato escolhido, e não se perdeu no emaranhado de leis eleitorais que fazem com que pessoas sem votos acabem eleitas!

No país que eu quero o cidadão não precisaria se tornar refém dos velhos caciques donos de partidos políticos para se candidatar a um cargo público, pois o cidadão poderia  lançar uma candidatura independente, tornando a filiação partidária opcional. Desta forma, a participação dos cidadãos comuns na vida pública seria incentivada e não ficaria restrita às velhas figuras políticas de sempre!

O país que eu quero não gasta recursos públicos para manter partidos políticos e nem para a realização de campanhas políticas. Cada partido político se mantém com os recursos vindos diretamente dos seus filiados, que escolhem o seu partido de acordo com as propostas defendidas. E cada candidato deve bancar a sua própria campanha, buscando doações, que seriam permitidas tanto a pessoas físicas como jurídicas, obedecendo-se limites e dentro de regras rígidas de transparência e fiscalização.

No país que eu quero, os candidatos a cargos públicos terão que possuir reputação ilibada e não poderão se candidatar se foram condenados em segunda instância ou juri colegiado, ou se forem citados, investigados ou réus em processos judiciais. Pessoas que foram processadas mas inocentadas não teriam problemas em se candidatar, mas não seria permitido que pessoas com problemas com a Justiça tivessem em suas mãos o poder de propor ou modificar as leis que poderão julgá-las. No país que eu quero esta imoralidade não seria tolerada!

Será que o país que eu quero é utópico demais? Acho que não! Na verdade, muitas das ideias que expus aqui já foram ou são temas de debates no Congresso Nacional. Apenas precisamos exercer o nosso papel como cidadãos e eleitores e levar os nossos pleitos aos nossos representantes e cobrar para que proponham as reformas que desejamos. Sabemos que toda reforma leva tempo para ser feita, e que todas as mudanças que afetam os privilégios estabelecidos encontrarão resistência daqueles que preferem que tudo permaneça como está. Mas diante das dificuldades, não podemos desistir. Uma das características que deve identificar o eleitor do século XXI é a persistência. Temos que ter a sabedoria para avaliar o momento e saber como agir, mas sem nunca desistir totalmente daquilo que queremos, embora às vezes possamos adiar momentaneamente a proposta de uma reforma específica, em prol de outra de maior prioridade.

Estamos atravessando um momento em que temos nas mãos a oportunidade de mudar os rumos do Brasil e construir o país que não apenas eu, mas que todos nós queremos! Juntos, unindo forças, seremos irresistíveis e nenhuma oposição conseguirá impedir que o país avance rumo ao seu lugar entre as grandes nações do mundo! Vamos trabalhar, irmãos brasileiros!


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