A viagem de Bolsonaro à Ásia e ao Oriente Médio

Presidente Bolsonaro desembarca no Japão, em sua primeira
etapa na viagem pela Ásia e Oriente Médio

O presidente Jair Bolsonaro desembarcou no Japão no dia 21 de Outubro, na primeira etapa de sua viagem de doze dias à Ásia e ao Oriente Médio. Além do Japão, o presidente Bolsonaro visitou a China, os Emirados Árabes Unidos, o Catar e a Arábia Saudita. A viagem teve como objetivo estreitar laços comerciais e divulgar os avanços do Brasil, apresentando a investidores as oportunidades de negócios que se apresentam em vários setores, como o petroleiro e o de infraestrutura. O balanço da viagem foi extremamente positivo, e além dos diversos acordos firmados, ficou evidente que a narrativa que tentava colocar o Brasil em uma posição isolada diplomaticamente, era totalmente falsa. Os países estrangeiros estão atentos ao que ocorre no país, e sabem que a nossa democracia é forte, que apesar dos problemas nossas instituições funcionam e que há um verdadeiro esforço da sociedade brasileira em corrigir os rumos do país.

Japão

Presidente Jair Bolsonaro em traje de gala

No Japão, o principal compromisso do presidente Bolsonaro foi a cerimônia de entronização do imperador Naruhito. Impecavelmente vestido em seu traje de gala, ao lado de outros chefes de estado e de governo, e representantes de casas reais do mundo todo, o presidente Bolsonaro esteve no Palácio Imperial em Tóquio, onde a cerimônia foi realizada. No mesmo dia, participou do banquete oficial oferecido pelo imperador a todos os convidados.

No dia seguinte foi recebido pelo Primeiro-Ministro Shinzo Abe e participou de outro banquete, desta vez oferecido por Abe a todos os chefes de estado e de governo que se encontravam no Japão para a entronização do imperador. Bolsonaro declarou que o principal objetivo da viagem ao Japão não era econômico ou para atrair investimentos, mas que era para fortalecer a amizade e o respeito entre os dois países. O presidente também se encontrou com empresários japoneses e membros da comunidade brasileira que vive no Japão.

Presidente Jair Bolsonaro e o Primeiro-Ministro do Japão Shinzo Abe

Ainda em Tóquio, o presidente Bolsonaro teve um encontro com o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenski, que manifestou interesse em adquirir os aviões KC-130 e Super Tucano da Embraer. A Ucrânia é sede da Antonov, uma companhia especializada em projetar e construir aviões, como o icônico Antonov AN-225 Mriya, o maior avião cargueiro do mundo. Esta pode ser uma oportunidade de troca de conhecimentos que poderá beneficiar a indústria aeronáutica brasileira.

Presidente Jair Bolsonaro e o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenski

China

Na segunda etapa da viagem, o presidente Jair Bolsonaro seguiu para a China, onde foi recebido com pompa e todas as honras dispensadas a um chefe de estado. O presidente se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping, a quem presenteou com uma camisa do Flamengo, e com várias outras autoridades e empresários. A visita teve o objetivo de estreitar os laços comerciais entre os dois países e desfazer o mal-estar causado por declarações anti-China, proferidas por Bolsonaro durante a campanha. Ambos os governos se mostraram pragmáticos quanto a estas declarações, e a recepção dada a Bolsonaro mostra que o episódio está superado. Há dez anos a China ocupa o posto de maior parceiro comercial do Brasil, e o fluxo de comércio entre os dois países está em torno de US$ 100 bilhões anuais, com saldo positivo para o Brasil. O setor agropecuário brasileiro é o maior beneficiado neste intenso comércio.

O presidente Bolsonaro convidou os investidores chineses a investir no Brasil, aproveitando as oportunidades nas áreas de infraestrutura, e nas futuras privatizações. Os governos assinaram protocolos oficiais para acordos nas áreas de ciência e tecnologia, economia, comércio, energia, infraestrutura, agropecuária, relações exteriores e educação. Foi anunciada a intenção brasileira de isentar os chineses da necessidade de visto para turismo ou negócios.

Presidente Jair Bolsonaro e o Presidente da China Xi Jinping

Presidente Bolsonaro e comitiva visitam a Grande Muralha da China

Emirados Árabes Unidos

Após a visita à China, o presidente e sua comitiva seguiu para o Oriente Médio. Sua primeira escala foi nos Emirados Árabes Unidos. O país é o segundo maior parceiro comercial brasileiro na região, e é grande comprador de frango, açúcar e carne bovina. O país também demonstrou interesse na aquisição do avião KC-130 da Embraer. O objetivo da viagem foi fortalecer os laços comerciais e atrair investidores ao Brasil.

O presidente se encontrou com o Primeiro-Ministro xeique Mohammed Bin Hashed Al Maktoum e com o Príncipe-Herdeiro dos EAU Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, em Abu Dhabi, a capital do país. Bolsonaro também se reuniu com empresários locais, e os convidou a participar do leilão da cessão onerosa do pré-sal, a ser realizado em breve.

Presidente Jair Bolsonaro e o Príncipe-Herdeiro
Xeique Mohammed Bin Zayed Al Nahyan

Presidente Jair Bolsonaro e o Primeiro-Ministro dos EAU
Xeique Mohammed Bin Hashed Al Maktoum

Foi fechado um acordo aduaneiro entre os dois países, com o objetivo de reduzir a burocracia fiscal. Também foram fechados acordos nas áreas de inteligência artificial, defesa e meio ambiente. E foram assinados memorandos de entendimento para futuros acordos nas áreas de segurança, cooperação econômica, cooperação em energia e cooperação em turismo, cultura e esporte.

O fundo soberano Mubadala, que administra um patrimônio de US$ 229 bilhões, anunciou que deve aumentar os investimentos no Brasil, principalmente em portos, rodovias, mineração, imóveis e entretenimento.

Presidente Bolsonaro durante visita à Grande Mesquita Sheik Zayed
em Abu Dhabi

Catar

Próxima etapa da viagem, o presidente desembarcou em Doha, capital do Catar no dia 28 de Outubro. A viagem também teve o objetivo de fortalecer os laços de comércio entre os dois países. Bolsonaro se encontrou com o líder do país, o emir Tamin Bin Hamad Al Thani no palácio real, em Doha. O presidente Bolsonaro também se encontrou com empresários locais, com o objetivo de atrair investimentos para o Brasil.

Presidente Jair Bolsonaro e o Emir do Catar Xeique Tamin Bin Hamad Al Thani

Foram fechados acordos para isenção de vistos de turismo e negócios para os cidadãos dos dois países, e nas áreas de saúde e defesa. Os governos estudam um acordo para a exploração de serviços aéreos entre os dois países. O Brasil irá cooperar com o Catar na realização de grandes eventos esportivos. O país será a sede da próxima Copa do Mundo, em 2022. E foi fechado um acordo de cooperação entre as academias diplomáticas dos dois países, que permitirá o intercâmbio de estudantes diplomatas.

Presidente Bolsonaro visita o Estádio Al Janoub, em Doha

Arábia Saudita

A última escala da viagem ocorreu na Arábia Saudita. Maior exportador e dona de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a Arábia Saudita é o maior parceiro comercial do Brasil no oriente médio e grande cliente do agronegócio brasileiro, comprando principalmente frango e carne bovina. Assim como os outros países árabes visitados por Bolsonaro, a Arábia Saudita vê o Brasil como um dos parceiros que tem potencial para garantir a segurança alimentar de seu povo, dado o fato do deserto em que a nação se encontra impedir grandes projetos agropecuários. Um país que concorre fortemente com o Brasil nesta área é os Estados Unidos.

Em Riad, a capital saudita, o presidente se encontrou com o rei Salman Bin Abdulaziz Al-Saud e com o príncipe-herdeiro Mohammed Bin Salman. Bolsonaro também participou, como convidado de honra, do Future Investment Iniciative, evento apelidado de Davos do Deserto, onde discursou para uma platéia formada por CEOs de bancos de investimentos do mundo todo e empresários do ramo petrolífero de todo o oriente médio. O presidente também se encontrou o CEO do banco Goldman Sachs John Waldron.

Príncipe-Herdeiro da Arábia Saudita Mohammed Bin Salman
e o Presidente Jair Bolsonaro

O presidente apresentou o Brasil como sendo um paraíso repleto de oportunidades e convidou os presentes a aproveitar as oportunidades de investimentos nas áreas de petróleo e infraestrutura, que estão se abrindo no Brasil. O fundo soberano da Arábia Saudita já anunciou que investirá US$ 10 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) no Brasil, em áreas a serem  definidas.

Os países estudam a isenção de vistos de turismo e negócios para os cidadãos de ambos os países. A Arábia Saudita convidou o Brasil a ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a conhecida OPEP.

Conclusões

Eu li as críticas feitas ao presidente, devido a sua visita a um país comunista (China) e a um país que na prática é comandado por um regime autoritário e acusado de assassinar oponentes (Arábia Saudita), mas poucas foram as análises que mostravam os benefícios destas visitas de estado para o Brasil. Até críticas ao valor do investimento prometido pela Arábia Saudita foram feitas, com a alegação que o valor é muito inferior ao que será investido pelo país árabe na Índia! Muito se cobrou do presidente Bolsonaro, quanto a uma política exterior sem viés ideológico, devido as suas declarações durante a campanha eleitoral, feitas principalmente contra a China, e quanto a falta de pragmatismo, quando resolveu que poderia mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Nesta viagem, o presidente mostrou uma postura pragmática, do jeito que os críticos tanto queriam, mas nem assim conseguiram elogiar um único acordo fechado pelo presidente.

A questão com a China se mostrou superada, e o presidente Bolsonaro mostrou com atitudes, que é capaz de ser pragmático e de colocar os interesses do país acima de questões ideológicas. O presidente não ficou apenas no discurso, correndo o risco de ser mais um demagogo entre tantos que já passaram pelo Palácio do Planalto. E esta é uma característica do presidente: ele fala bastante (às vezes até demais) mas é um homem de ação, que quer ver as coisas acontecerem.

Nos países árabes, a questão da embaixada brasileira em Israel ficou em segundo plano, mostrando que mesmo os países árabes não estão tão preocupados com o assunto como nos fizeram crer, e que eles também são pragmáticos, colocando os interesses nacionais acima destas questões de cunho mais religioso e político que econômico.

Enfim, acho que o presidente Jair Bolsonaro fez um bom trabalho, representou muito bem o país no exterior e garantiu que nossos interesses fossem considerados pelos outros países. A maneira como nosso presidente foi recebido mostra que o Brasil é um país respeitado e não somos os párias que a esquerda tanto tentou fazer crer. Segundo a narrativa esquerdista, o Brasil estaria isolado diplomaticamente depois da eleição e posse de Jair Bolsonaro, que instauraria um governo ditatorial e antidemocrático. Esta viagem mostra que a realidade é diferente e que esta narrativa só encontrou eco dentro das nossas fronteiras, dentro da própria esquerda. Fico satisfeito com o resultado desta viagem, espero ver mais viagens como esta se realizando. 

Se continuarmos nesse caminho, implementando reformas estruturais, desburocratizando e abrindo a economia, desestatizando e diminuindo o tamanho do Estado, em breve o Brasil voltará a ser um dos grandes mercados mundiais, que atrairá recursos e investimentos, gerando um ciclo virtuoso que tirará milhões da pobreza. Temos todas as oportunidades diante de nós, vamos aproveitá-las!

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