Ainda dá pra manter a esperança?



Ser brasileiro realmente não é algo fácil. Apesar de ser um país, ao contrário de muitos outros, que dispõe de tudo o que é necessário para ser um verdadeiro paraíso na Terra, não é nesse lugar idílico o que o povo brasileiro vive no seu dia a dia. Muitos são os problemas que assolam a nossa população, nos impedindo de progredir enquanto nação. A grande maioria dos problemas que enfrentamos hoje foram causados pelas decisões incorretas tomadas pelos nossos governantes ao longo dos anos, que se baseavam em prioridades políticas e econômicas pessoais e interesses de grupos da elite, desprezando as reais necessidades da sociedade.

Ao longo dos anos, sucessivos governos fizeram apenas o mínimo para garantir que a engrenagem econômica não parasse de girar, garantindo os impostos com os quais financiavam os seus projetos secretos de poder, tanto dentro como fora do país. E nós, o povo, nos limitamos a ir às urnas eleger aqueles que diziam que representariam os nossos interesses. Isto é, depois que voltamos a ser um país democrático, claro! Nós nos acostumamos a criticar e xingar os políticos, principalmente os de Brasília, como se eles fossem cidadãos de outro mundo. Brasília era a capital do Brasil apenas na teoria, já que na prática as pessoas começaram a dar os seus pulos para depender cada vez menos de Brasília.

E o Brasil cresceu e se desenvolveu, apesar do governo, apesar de Brasília. É estranho afirmar isto, pois na maioria dos países, os governos existem para fomentar o crescimento e o desenvolvimento, as políticas públicas são feitas de forma a proporcionar a todos os cidadãos a oportunidade de se aperfeiçoar e crescer, enquanto indivíduos e cidadãos, fazendo com que todos tenham a chance de contribuir com seu esforço para o crescimento e desenvolvimento da nação como um todo. Países ricos e desenvolvidos são ricos e desenvolvidos porque o seu povo é rico e desenvolvido! O país é um reflexo de seu povo, já que um país é formado por seu povo, não é um ente independente da população que o forma, ao contrário, um país é um ente abstrato que só passa a ter significado através daqueles que são a sua essência, seu motivo de existir, ou seja, os seus cidadãos.

Demorou muito, mas o povo brasileiro se cansou de ser feito de bobo! De ser enganado por políticos que prometiam migalhas enquanto ficavam com o melhor que o país produzia. Nós nos cansamos de ver a riqueza, fruto do nosso trabalho, sendo usufruída por pessoas que nada fizeram para nos ajudar, ou para facilitar a nossa vida diária, ou nos proporcionar os meios para que pudéssemos, por nosso próprio esforço, progredir e melhorar de vida. Toda vez que alguém tem uma boa ideia para gerar renda e melhorar seu padrão de vida, logo surge o governo querendo o seu quinhão! Nossos governantes não estimulavam os cidadãos, ao contrário, eram o principal fator desestimulante!

Mas acordamos e resolvemos fazer uma faxina ética, moral, ideológica, em todo o nosso sistema político e governamental. Conseguimos eleger um presidente, com uma proposta que correspondia a este nosso anseio por mudanças profundas. Já nos primeiros dias do novo governo, as primeiras decisões mostravam que as mudanças iam de fato acontecer, finalmente. Um ministério formado sem nenhum compartilhamento político com partidos, ocupado por pessoas capacitadas para atuar em suas pastas: um juiz para o Ministério da Justiça, um economista para o Ministério da Economia, um engenheiro aeronáutico e astronauta para o Ministério da Ciência e Tecnologia, um engenheiro civil para o Ministério da Infraestrutura, um médico para o Ministério da Saúde, um diplomata para o Ministério das Relações Exteriores e por ai vai..., era a prova de que uma nova era tinha começado!

Parecia que a nossa luta por um país melhor tinha terminado. O governo estava eleito e empossado, com todas as ferramentas necessárias para trabalhar. Mas nós estamos aprendendo a duras penas, que a vida em uma democracia não é simples. Embora o governo esteja de fato empossado e com todas as ferramentas necessárias para transformar em realidade as promessas feitas nas campanhas eleitorais, o presidente não tem poder absoluto. Suas propostas têm que ser obrigatoriamente analisadas e aprovadas pelo Congresso Nacional, para entrar em vigor. Foi ai que encontramos uma nova batalha: não basta eleger o presidente, precisamos pressionar e cobrar o Congresso para que atendam as nossas necessidades e aprovem as medidas do presidente que nós escolhemos. Pra nós é simples: nós escolhemos o presidente porque queremos ver as suas propostas implementadas, escolhemos o Congresso para ajudar nesta implementação, então tudo deveria dar certo! Na teoria, tudo muito bonito! Na prática, em muitas situações o Congresso Nacional se apresenta como uma agremiação que trabalha fora de sintonia com o país que a elegeu! Nem uma pressão monstruosa vinda das ruas e redes sociais e feita por eleitores enfurecidos parece convencer os nossos digníssimos parlamentares a fazer a nossa vontade!

Estamos assistindo à desidratação da Reforma da Previdência Social, que perdeu cerca de  R$ 400 bilhões do seu valor original, à desidratação do Pacote Anticrimes do ministro Sérgio Moro, à aprovação da Lei de Abuso de Autoridade, da Lei Eleitoral, e de várias outras medidas contrárias aos nossos interesses. E para ajudar a complicar a história, a nossa corte suprema, que deveria ser a guardiã da Constituição Federal, está hoje formada por pessoas que nem de longe possuem a "reputação ilibada e o notório saber jurídico" que são exigidos daqueles que são escolhidos para compor os seus quadros. O Supremo Tribunal Federal tem tomado decisões que são juridicamente questionáveis e moralmente condenáveis, colocando em descrédito o sistema judiciário brasileiro, ao se mostrar um tribunal pronto a atender pedidos de um ex-presidente condenado, mas onde cidadãos comuns morrem sem ter uma resposta às suas demandas.

Quando o Poder Legislativo e o Poder Judiciário se unem contra a vontade popular, o que o cidadão comum deve fazer? Deixar pra lá, já que é assim mesmo que tudo funciona? Rezar e esperar por um milagre divino? Sair às ruas e manifestar a sua indignação? Partir para a violência e conseguir as mudanças que queremos na marra? Diante disso tudo, ainda dá pra manter a esperança?

Parece que nada podemos fazer. Parece que não temos a força necessária para conseguir as mudanças que tanto queremos para o nosso país. Parece que não temos muitos motivos para continuar numa batalha que parece perdida. Mas só parece perdida. Na verdade, nós nunca estivemos tão perto da vitória como estamos hoje! Os inimigos fazem de tudo para parecerem fortes, para parecer que ainda tem o poder e os meios para nos vencer. E apesar de ainda serem fortes e terem armas poderosas, não são tão fortes como antes! Estão bastante enfraquecidos, acuados, perdendo recursos e terreno, estão tendo que rever as suas estratégias, porque o gigante finalmente acordou e acordou consciente do seu poder e do seu papel! Ainda existe esperança sim!

Amigos, por mais difícil que pareça, não podemos abrir mão dos valores que nos definem. Somos patriotas, defendemos a Democracia, defendemos as nossas Instituições, e aqui não me refiro apenas às instituições políticas, mas também às outras instituições que compõem a nossa sociedade e que são extremamente importantes, como a Família e a Religião. Temos uma força e um poder em nossas mãos como nunca antes em nossa história. Diante das dificuldades, temos que mudar as estratégias, mas nunca desistir. Nos momentos de dificuldades, temos que levantar os olhos e lançar o olhar ao nosso objetivo, nos lembrando do país que queremos construir. Desistir significa que nossos objetivos não são tão importantes assim e que não vale a pena lutar por eles. Não será fácil, afinal estamos numa guerra. E guerras possuem batalhas que são ganhas e outras que são perdidas. Mas o foco não deve estar apenas na batalha que estamos travando no aqui e agora, mas também no alvo pelo qual estamos lutando. Se nossos motivos para lutar valem a pena, jamais perderemos a força e a nossa capacidade de lutar. Vamos nos unir, diferentes visões que apoiam o governo Bolsonaro e vamos lutar juntos, em várias frentes diferentes, aproveitando que o inimigo está cada dia mais fraco! Este é o nosso momento! E para que sirva de incentivo nos momentos difíceis, lembrem-se das palavras deste outro brasileiro, que a despeito de suas visões políticas, amava e acreditava em seu país:

"Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino."

Juscelino Kubitschek, 02/10/1956

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