Petrobrás prepara venda de 8 refinarias, incluindo Abreu e Lima

Refinaria Abreu e Lima - Pernambuco

A imprensa divulgou com bastante destaque, na sexta-feira 26 de Abril, que o Conselho de Administração da Petrobrás decidiu vender oito das treze refinarias de petróleo da companhia, incluindo a refinaria Abreu e Lima, aquela que seria construída em sociedade com a estatal de petróleo da Venezuela, PDVSA, e cuja construção superfaturada encheu de dinheiro os bolsos de políticos e empreiteiros e causou um prejuízo bilionário à Petrobras.

Segundo a empresa, a venda das refinarias poderá render US$ 15 bilhões para a empresa. Também deverá ocorrer nova venda de ações da BR Distribuidora, mas a empresa ainda não divulgou qual o percentual a ser ofertado ao mercado. Em 2017, a BR Distribuidora vendeu 18,75% dos papéis em seu poder, por R$ 5 bilhões, diminuindo a quantidade de ações em poder da empresa. Ainda segundo a Petrobrás, também será vendida a rede de 70 postos de combustíveis que a empresa possui no Uruguai, e também será negociada, com o governo uruguaio, a devolução da concessão de distribuição de gás que a empresa possui naquele país. No início deste ano, a Petrobrás já tinha vendido para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões, a Transportadora Associada de Gás (TGA), que é dona de 4.500 km de gasodutos no norte e nordeste do país e também vendeu a polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, para a americana Chevron pelo valor de US$ 562 milhões, cerca de metade do valor gasto na sua aquisição!

A intenção da Petrobrás é manter em seu poder apenas as cinco refinarias situadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, os maiores mercados consumidores do país. Se a venda se concretizar, a empresa estará passando 46% da capacidade nacional de refino para as mãos da iniciativa privada. A venda das refinarias é uma das principais bandeiras de Roberto Castello Branco, atual presidente da companhia.

Chama a atenção a inclusão da refinaria Abreu e Lima na lista de vendas da estatal. Isto por que esta refinaria ficou conhecida por sido planejada para ser construída em parceria com a estatal venezuelana de petróleo PDVSA, que acabou não cumprindo com a sua parte na sociedade, deixando todo o investimento a cargo da Petrobrás. A refinaria Abreu e Lima foi planejada para ser construída com tecnologia totalmente nacional e seria a mais moderna refinaria do país, projetada pra refinar o petróleo pesado que é extraído no Brasil, com o menor custo ambiental possível. A prioridade é a produção de óleo diesel S10, de alta qualidade, com teor de enxofre menor do que o exigido pelos padrões internacionais mais rígidos. Esta refinaria, que ainda não está concluída, já custou cerca de US$ 17,8 bilhões, sendo necessários mais US$ 1 bilhão para sua conclusão, o que dará um custo total de cerca de R$ 66,5 bilhões. Atualmente refina 100 mil barris/dia, pouco menos da metade da capacidade projetada.

Eu acho muito interessante que o atual plano de negócios da Petrobrás, que prevê a venda de vários ativos da empresa, inclua a venda de refinarias. A empresa pretende enxugar as suas atividades, se concentrando na extração/produção de petróleo. Além de reduzir a quantidade de áreas de atuação da Petrobrás, a venda  trará a injeção de recursos  que servirá para reduzir a dívida da empresa, que foi parar na estratosfera depois da desastrada política de controle de preços  de combustíveis imposta à empresa pelo governo de Dilma Rousseff. Além do prejuízo causado pela política econômica petista, que pretendia controlar a inflação através da ingerência estatal na petroleira, todos sabemos que a Petrobrás foi saqueada pelos infiltrados petistas para garantir os recursos financeiros que visavam a manutenção de um projeto de poder.

Tudo indica que a empresa está sendo preparada, aos poucos, para uma futura privatização. Espero que realmente isto aconteça! Já escrevi antes, não precisamos de um governo que se ocupe de administrar empresas petrolíferas, bancos, empresas de energia ou de transportes! Tudo isto pode ser melhor administrado pela iniciativa privada! Quebrando monopólios e abrindo o mercado para o investimento do capital privado, cria-se empregos, impõe-se a concorrência que permitirá a melhoria na qualidade dos serviços e a queda dos preços junto aos consumidores. Passar estes setores para a iniciativa privada permite que o governo se dedique às áreas para as quais sua presença e atuação realmente é necessária, como saúde, educação e segurança pública!

Vamos acompanhar com atenção os próximos passos que serão dados pela Petrobrás!

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