Educação: a nossa prioridade como nação!


Ultimamente temos visto  muitos fatos envolvendo o tema Educação. Este tema tem sido deixado de lado pelos governos há tempos, nenhum deles dando a atenção devida e merecida a um assunto tão importante. Muitos só se lembram do assunto durante o período eleitoral, quando fazem promessas que nunca são cumpridas e outros só se lembram da Educação quando o objetivo for aparelhá-la e usá-la para objetivos ideológicos. O que estamos vendo nada mais é do que o resultado destes anos todos de descaso político e aparelhamento ideológico. 

As instituições que deveriam ser as guardiãs do saber e do conhecimento, que deveriam ser integradas por profissionais cujo único objetivo deveria ser formar as futuras gerações, ensinando não apenas a leitura, a escrita e os números, se tornaram palco de proselitismo político. Se estivessem ensinando política e estimulando o debate saudável de ideias, não haveria problema! Mas têm se tornado o núcleo de disseminação de um único tipo de pensamento e não têm permitido que nada contrário se manifeste em suas dependências. E tem combatido todo tipo de pensamento contrário ao que é ensinado. A velha divisão da sociedade em classes, em pólos antagônicos, que alimenta o nós contra eles!

E na tentativa de corrigir todos os problemas existentes na área da Educação, o atual governo decidiu focar os esforços no ensino fundamental, o que considero uma medida acertada. E divulgou que está estudando reduzir as verbas para os cursos da área de Humanas, em especial para os cursos de Filosofia e Sociologia. O governo alega que o dinheiro do contribuinte deve ser investido em cursos que gerem um retorno financeiro imediato ao contribuinte, e citou como exemplos os cursos de medicina, veterinária e engenharia. Nesse ponto, acho que o governo errou feio! Acho que errou por que eu acredito que o governo não deve se intrometer na vida das pessoas ao ponto de querer determinar quais cursos universitários as pessoas devem escolher!

Além disto, os cometários do tipo "filho de agricultor deve estudar agronomia" são preconceituosos. Até parece que nos tornamos uma sociedade de castas, onde filhos de agricultores só podem estudar disciplinas ligadas ao campo, para se tornarem também agricultores! E se o filho de agricultor quiser estudar Filosofia, qual o problema? Devemos impedir? Sou defensor da liberdade de escolha, por isso acho que cada pessoa deve ter a liberdade de escolher estudar a disciplina que bem entender, sem a intromissão do governo! Ao governo cabe apenas zelar pela qualidade do ensino!

Mas aí podemos dizer: "as faculdades de Filosofia nada produzem de bom, são antros esquerdistas", o que infelizmente, é verdade. Ainda assim, devemos impedir o acesso das pessoas a estes cursos? E como acabar com a doutrinação esquerdista tão arraigada nestes cursos? Reduzir as verbas ajuda a resolver o problema? Prejudicar a reputação destes cursos, que são importantes, deve ser aplaudido? É uma questão muito complexa, que requer soluções igualmente complexas. Não é possível resolver o problema da Educação, de forma apressada, olhando apenas superficialmente para os problemas! Repito: é um problema complexo, que exige soluções igualmente complexas, e que não gerarão efeitos da noite para o dia!

Mais recentemente, o Ministério da Educação informou que cortaria em 30% as verbas para as Universidades Federais que permitissem balbúrdia e a realização de festas impróprias em suas instalações. Outra decisão apressada, que foi extremamente criticada, e que acabou forçando o governo a reformular sua estratégia, fazendo com que o corte nas verbas seja linear e atinja todas as Universidades Federais de forma igual. O Ministério da Educação também divulgou que adotará critérios operacionais, técnicos e isonômicos para os cortes de verbas, e que estuda adotar também outros critérios, como o desempenho acadêmico das universidades e o impacto dos cursos oferecidos no mercado de trabalho.

É necessário ressaltar que as universidades tem liberdade de gestão garantida por Lei,  por isso acredito que as medidas de contenção de gastos devem ser adotadas com cuidado, pois o resultado pode ser desastroso. Outro ponto que precisamos nos preocupar é que, como as universidades públicas têm liberdade para gerenciar seus recursos e administrar os cursos oferecidos, se as universidades se negarem a seguir as recomendações do Ministério da Educação, em breve poderemos testemunhar uma troca de reitores, para que a direção das universidades esteja alinhada com a ideologia do atual governo. A tal Escola sem Partido, não significa um sistema educacional livre de doutrinação ideológica! Hoje significa trocar a ideologia de Esquerda pela de Direita! Claro que este não é o melhor caminho!

Como proceder então? A decisão do governo de focar as políticas educacionais no ensino fundamental é, ao meu ver, acertada. Devemos trabalhar para que a geração que hoje ingressa no sistema público de ensino seja bem preparada. E para isto, é necessário também se investir pesado na reciclagem e na formação dos professores. Só professores bem formados e bem treinados poderão ensinar as nossas crianças a pensar! Sim, mais do que ler, escrever e fazer contas, nossas crianças precisam aprender a pensar, a ter uma mente analítica, capaz de analisar  e interpretar os fatos que ocorrem ao seu redor! Nosso sistema educacional precisa estar preparado para permitir que cada criança possa explorar e desenvolver todo o seu potencial pessoal, desenvolvendo seus talentos natos. O Ministério da Educação deve se preocupar em preparar indivíduos, cada um com suas personalidades e aptidões, sem o desejo de tratar a todos igualmente, como se todos devessem pensar segundo o mesmo padrão! Permitir que cada aluno desenvolva a sua personalidade, ao mesmo tempo em que aprende a responsabilidade  de viver em sociedade e que é alfabetizado, não é tarefa fácil, mas é necessária, e é por isso que nossos educadores precisam passar por cursos de formação e reciclagem, para que eles próprios possam aprimorar suas aptidões pessoais para depois auxiliar os seus alunos na mesma tarefa!

O problema da Educação precisará de uma geração inteira para ser resolvido, mas nada será feito se não for dado o primeiro passo. E até o momento, infelizmente, os passos dados pelo governo Bolsonaro tem sido tímidos, diante da dimensão dos problemas. Justiça seja feita, na gestão do presidente Michel Temer, a Educação foi bem administrada pelo ministro Mendonça Filho, que conseguiu aprovar a Reforma do Ensino Médio, a Base Nacional Curricular de Todo a Educação Básica, entre outras medidas importantes. Porém, apesar de positivas, estas iniciativas parecem abandonadas pelo atual governo.

Se as soluções para a Educação precisarão de uma geração para produzir resultados, então é obvio que as medidas adotadas devem se tornar políticas de Estado, recebendo a atenção necessária e sendo mantidas a cada troca de governante.

Muito precisa ser feito, e é importante que a sociedade participe, não apenas cobrando e criticando, mas também apontando caminhos e colocando a mão na massa para ajudar no que for possível. Afinal, estamos tratando de um assunto que tem tudo a ver com o futuro da nossa nação, futuro que inclui a todos nós!


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