Parabéns à Policia Militar do Rio de Janeiro

Ônibus sequestrado sobre a Ponte Rio-Niterói

Ontem (20 de Agosto de 2019) todos nós acompanhamos com apreensão o desenrolar do sequestro de um ônibus na Ponte Rio-Niterói. O veículo tinha saído de São Gonçalo com destino ao centro do Rio quando foi sequestrado por Willian Augusto da Silva, de 20 anos. Segundo divulgado pela imprensa, pelo menos 39 pessoas estavam no ônibus no momento do sequestro e 6 reféns foram liberados por terem se sentido mal. O sequestro durou aproximadamente três horas e meia, e terminou quando um atirador de elite alvejou o sequestrador, que foi levado ao Hospital Souza Aguiar, onde foi constatada sua morte.

Atirador de Elite posicionado próximo ao ônibus

Devido ao sequestro do ônibus, que ficou atravessado na altura do vão central da pista sentido Rio da Ponte Rio-Niterói, o tráfego foi interrompido nos dois sentidos, causando enorme congestionamento. Muitas pessoas estavam próximas ao ônibus, acompanhando o desenrolar do sequestro, e comemoraram quando o sequestrador foi abatido. Integrantes das forças policiais e o próprio governador do RJ, Wilson Witzel, também comemoraram o término do sequestro, sem vítimas ou feridos entre os reféns e as forças de segurança.

Muita gente correu às redes sociais para condenar e taxar de excessiva a ação policial, devido à morte do sequestrador. Muitas pessoas alegam que não era necessário chegar a este ponto. Eu acho que estas pessoas não sabem o que dizem. É muito fácil tecer críticas usando  confortavelmente a segurança das redes sociais. Alegar que o sequestrador era uma vítima da sociedade é simplesmente ridículo. As dificuldades enfrentadas por uma pessoa, por maiores que sejam, não podem servir de justificativa, nem legal e nem moral, para uma atitude que coloque em risco a vida de outras pessoas.

Ninguém sabe o que se passava na cabeça do sequestrador. Cheguei a ler tuítes em que as pessoas diziam que ele estava calmo. Não podemos confundir calma com frieza. Sociopatas não possuem empatia pelas pessoas. Era o caso dele? Não sabemos, e a polícia não pode pagar pra ver, porque nestes casos seria pagar com a vida dos reféns. Em casos como estes, a polícia tentará negociar a rendição do sequestrador, fazendo-o se arrepender de seus atos, desta forma encerrando o sequestro sem vítimas. Mas quando os negociadores chegam à conclusão que esta opção será difícil de ser alcançada, ela é descartada e a próxima opção é neutralizar o sequestrador, para evitar que vidas de reféns sejam perdidas. Temos que entender que estas decisões não são tomadas de forma aleatória, existem policiais treinados para este tipo de situação, que também é acompanhada de perto por psicólogos e especialistas, que analisam o que está ocorrendo na tentativa de identificar o perfil do sequestrador para determinar a melhor linha de atuação.

É opinião dos especialistas que, quando o sequestrador desceu do ônibus e arremessou uma jaqueta, era o momento para ele se render, já que os policiais não poderiam permitir que ele retornasse ao veículo. Eu concordo com esta opinião. Permitir o retorno do sequestrador ao veículo seria um erro grave, que poderia prolongar o sequestro e o sofrimento dos reféns por tempo indeterminado, tornando a situação imprevisível. Foi dada ao sequestrador a chance de se render, no vídeo disponibilizado pela imprensa podemos ver que ele só foi alvejado quando se dirigiu de volta ao ônibus.

Eu apoio totalmente a ação da Polícia Militar e do atirador que neutralizou o sequestrador. Todos precisam entender que, quando decidem desobedecer a Lei, precisarão arcar com as consequências. Existe um limite que não deve ser ultrapassado. E quando alguém ultrapassa este limite, dá automaticamente ao Estado o direito de usar de todos os meios necessários para restaurar a situação, trazendo o indivíduo de volta à legalidade. O Estado detém o poder e o dever de punir e aplicar a justiça quando a Lei for desrespeitada. E o Estado também é o detentor do monopólio do uso da força. Ele pode e deve usá-la quando necessário. Neste sequestro, em que a vida de inocentes estavam em jogo, e com o sequestrador não mostrando disposição em se render, a polícia fez a opção correta de dar prioridade ao salvamento e à preservação das vidas dos reféns. Não se pode ameaçar impunemente as vidas das pessoas.

Parabéns à Policia Militar do Rio de Janeiro, à Policia Rodoviária Federal, ao Corpo de Bombeiros e outras forças que estiveram em ação neste sequestro. Parabéns também ao atirador de elite! Que todas as forças policiais brasileiras sejam treinadas e valorizadas para que, em situações como esta, se houver vítimas, que sejam apenas os bandidos! 

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