O PSL precisa mostrar a que veio!


O Partido Social Liberal foi fundado em 1994 e oficialmente registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 1998. Fundado sobre bases que defendiam o social-liberalismo, o partido hoje permanece na defesa de pautas liberais na economia, mas abraçou o conservadorismo em outras áreas. Se apresenta como um partido de Direita e se coloca favorável ao porte de armas e à revogação do Estatuto do Desarmamento, ao investimento em segurança pública, à proteção da Democracia e das liberdades individuais e contrário à sexualização precoce das crianças e o ensino da ideologia de gênero nas escolas, ao politicamente correto e contra as ideologias de esquerda, como o comunismo e o socialismo.

Considerado um partido pequeno até as eleições de 2018, o partido ganhou maior expressão após a filiação e posterior eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República, fato que possibilitou ao partido se tornar o segundo maior partido na Câmara dos Deputados. Partido do presidente da República, era de se esperar que, sendo a segunda maior bancada da Câmara, fosse o partido a partir do qual se formaria a base de apoio do governo. Mas não foi o que aconteceu.

No início do atual governo e da atual legislatura, todos nós testemunhamos o atropelo que foram os primeiros dias. Informações desencontradas, cada um falando uma coisa diferente, foi uma verdadeira bagunça, em parte causada pela falta de experiência de muitos congressistas de primeiro mandato. O tempo passou, e na minha opinião já houve tempo mais que suficiente para que o pessoal se ajustasse à realidade do trabalho parlamentar. Já passou o tempo dos holofotes e do estrelismo inicial, e agora é a hora de arregaçar as mangas e trabalhar pelo país e colocar em prática tudo aquilo que foi prometido nas campanhas eleitorais. O Brasil tem pressa, todos sabemos disso. Temos enormes problemas para serem resolvidos, e queremos contar com pessoas que estejam dispostas a lutar e a pagar o preço necessário (dentro da ética e da legalidade, claro) para aprovar as pautas que colocarão o país no rumo certo, tirando-o do buraco no qual foi jogado pelos governos petistas.

Infelizmente o partido do governo, que deveria ser sua maior base de apoio dentro do Congresso, tem se mostrado ser uma sucessão de egos em busca de um holofote. Claro que existem honrosas exceções. Mas a maioria só age em defesa de seus próprios interesses, muitos já pensando em possíveis candidaturas nas eleições do ano que vem em detrimento do aqui e agora. Não é deste tipo de político que precisamos. Precisamos de gente que trabalhe de fato pelo Brasil. Muitos surfaram a onda bolsonarista e agora se voltam contra o presidente e as ideias que os elegeram. Acho que estão se esquecendo que os seus eleitores só deram o voto de confiança a eles porque se comprometeram com o presidente Bolsonaro. Sem Bolsonaro, muitos ali não são nada! E ainda não fizeram nada de concreto para apresentar aos eleitores, que justificasse um descolamento do presidente e do governo.

Vejam o caso mais emblemático, o do deputado federal Alexandre Frota, recentemente expulso do partido. Ele só se elegeu deputado porque se colocou ao lado de Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Se não fosse isso, dificilmente teria sido eleito. O que ele teria para apresentar em seu currículo? Seu trabalho como ex-ator pornô? A única coisa que ele poderia oferecer à população seria o seu apoio às pautas do governo na Câmara, mas não foi o que ele fez. Atacou o presidente e o governo em várias oportunidades e foi o único deputado a se abster de votar a Reforma da Previdência, uma das principais pautas do governo apresentadas até aqui.

E ele não é o único a ter essa postura rebelde. A bancada do PSL na Câmara se mostra rachada, e não é de hoje. No episódio mais recente, não houve nenhuma tentativa visível da parte do partido de tentar impedir a votação do projeto de lei do abuso de autoridade, ou de pelo menos, trabalhar para que a votação fosse nominal. A julgar pelo relato de alguns deputados, o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), tomou decisões importantes sem consultar a bancada. Prova disso é que depois do Partido Novo, onze parlamentares do PSL também ingressaram com Mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal pedindo a anulação da votação do projeto de lei de abuso de autoridade. Nada disso seria preciso se o partido estivesse atuando de forma mais coesa. Ficou a impressão que, ou o partido está agindo contra o governo, ou o governo participou de um acordão nos moldes da velha política. A primeira hipótese, neste momento, parece a mais crível.

A divisão do PSL causa muitos problemas para o governo, num momento em que a oposição é praticamente inexistente. Muitas vezes o próprio PSL acaba agindo como um partido de oposição. E além de muitos congressistas do partido serem novatos, ainda deslumbrados com o poder e perdidos nos meandros da política, tem também o fato dos filiados do partido defenderem ideias distintas, o que contribui para a divisão interna do partido. Já passou da hora do partido mostrar a que veio, mas para isso terá que olhar para dentro e decidir que pautas defende, e se necessário, expurgar os quadros que não estejam dispostos a lutar pelas causas defendidas pelo partido. E o partido precisa decidir, de uma vez por todas, se é governo ou não. Tem que deixar de ser foco de problemas e ser um foco de soluções e de apoio ao governo. Apoiar o governo Bolsonaro é apoiar o Brasil. O eleitorado mudou, espero que o Partido Social Liberal esteja ciente disto e mude também, ou colherá as consequências nas urnas!


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