Hoje é dia de manifestações!
Hoje serão realizadas manifestações em várias cidades do Brasil. Foram organizadas e convocadas por diversos grupos através das redes sociais e tem como pautas principais a defesa da Operação Lava-Jato, a defesa da instalação da CPI da Lava-Toga e do impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, e a defesa do veto presidencial total da lei de abuso de autoridade aprovada pelo Congresso Nacional.
Algumas pessoas defendem a inclusão de outras pautas, como a defesa da indicação do procurador Deltan Dallagnol para o cargo de Procurador-Geral da República, à qual eu me oponho. Prefiro que ele permaneça à frente da Operação Lava-Jato, principalmente depois de suas declarações, em recente entrevista. Também querem defender a soberania brasileira sobre a Amazônia, o que acho desnecessário, pois se trata de atribuição do presidente Jair Bolsonaro e do governo brasileiro, que vem fazendo um bom trabalho neste sentido.
As pautas defendidas são importantes. A defesa da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar as decisões e os ministros dos tribunais superiores, se junta aos vários pedidos de impeachment de ministros do STF que estão parados no Senado Federal, sem que o presidente do Senado Davi Alcolumbre os paute para análise. Hoje existe dentro do Senado um grupo de senadores que apoia a abertura destes processos de impeachment, e as manifestações populares fortalecem a pressão sobre Alcolumbre, que mais cedo ou mais tarde, será forçado a sair da inércia e agir.
Outra pauta importante é a defesa do veto total do presidente Jair Bolsonaro, da lei de Abuso de Autoridade (PL 7596/17). Sabemos que é grande a possibilidade do veto parcial de artigos do projeto de lei. O ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro apontou nove artigos que deveriam ser vetados pelo presidente, por prejudicar o trabalho do Ministério Público, do Judiciário e das polícias. A defesa do veto total decorre dos trâmites a que os vetos serão submetidos no Congresso Nacional. O movimento Muda Senado, Muda Brasil, já entregou ao ministro Sérgio Moro um abaixo-assinado com 33 assinaturas de senadores que pedem o veto total. Desta forma, ficaria dificultada a derrubada do veto pelo Senado. Estes senadores argumentam que a lei foi criada e debatida na legislatura anterior, e não reflete o entendimento da legislatura atual, que se mostra contrária a esta lei. Ao defender o veto total desta lei, a população estará defendendo também a continuidade da Operação Lava-Jato, cujos trabalhos seriam seriamente afetados com a aprovação da lei de abuso de autoridade.
Responsável por levar à cadeia criminosos condenados por vários crimes que lesaram o patrimônio público, a Operação Lava-Jato entrou para a história como a maior operação anti-corrupção já deflagrada no Brasil, quiçá no mundo, que vem desvendando o elaborado e sofisticado esquema de corrupção construído para perpetuar um projeto de poder através do roubo de recursos públicos. Os esquemas de corrupção ainda não estão totalmente desvendados, ainda tem muita gente a ser processada e julgada, ainda há muito trabalho a ser feito. Por isso, existe uma clara tentativa do establishment de tentar acabar, ou pelo menos prejudicar, com a operação. Defendê-la é de suma importância para que a faxina ética que está em curso em nosso país prossiga e não termine como a Operação Mãos Limpas terminou na Itália.
É importante a participação popular na vida política do país. O povo não deve nunca se cansar de ir às ruas, defender os seus interesses. Claro que esta frequência seria muito menor se os nossos representantes no Congresso Nacional respeitassem a vontade de seus eleitores. As manifestações de rua refletem também esta falta de representatividade popular no Congresso. Nós renovamos boa parte do Legislativo nas eleições do ano passado, e queremos que estes congressistas cumpram com suas promessas de campanha e respeitem a confiança que receberam de seus eleitores. Estas manifestações também servem para pressionar estes parlamentares, para lhes mostrar que estamos atentos ao trabalho que vem realizando.
Vamos para a rua, Brasil. Cabe a nós construir o país que queremos!
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