Bolsonaro nos Estados Unidos
Presidente Jair Bolsonaro, embarcando para sua viagem aos Estados Unidos, na Base Aérea de Brasília |
Presidente Jair Bolsonaro transmitiu o cargo ao Vice-Presidente Hamilton Mourão |
Bolsonaro viajou acompanhado pelos ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, Paulo Guedes, da Economia, Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, Tereza Cristina, da Agricultura, Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Bento Albuquerque, das Minas e Energia, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad, além de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que é o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Os ministros Marcos Pontes e Bento Albuquerque já estavam nos Estados Unidos. Segundo o governo brasileiro, a viagem presidencial tinha os objetivos de fortalecer as relações entre o Brasil e os Estados Unidos e debater as relações comerciais entre os dois países.
Já em solo americano, o presidente Bolsonaro publicou em seu Twitter, postagens referentes a viagem, onde escreveu que era a primeira vez em muito tempo que um presidente brasileiro que não é anti-americano chega a Washington e que era o início de uma parceria pela liberdade e prosperidade. Tal postagens gerou muita discussão na internet, com muitos alegando que o Brasil sempre teve boas relações com os Estados Unidos, apesar de ter permanecido 13 anos sob um governo de Esquerda. Na verdade, toda a viagem presidencial foi acompanhada de intensos debates nas redes sociais, em especial, no Twitter. Cada passo, cada declaração do presidente foi esquadrinhada pela imprensa e pelos cidadãos em geral
O presidente Bolsonaro ficou hospedado na Blair House, a residência oficial do governo americano destinada a hospedar chefes de estado estrangeiros em visitas oficiais ao país. Ainda no domingo 17, o presidente participou de um jantar oferecido, em sua residência, pelo embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral. Deste jantar, também participaram Steve Bannon, ex-assessor do presidente americano, Olavo de Carvalho, apontado por muitos como o guru do atual governo, e Gerald Brant, diretor do fundo de investimentos Pantera Capital, entre outros convidados, todos tendo em comum o fato de serem representantes da Direita Conservadora.
Jantar oferecido pelo embaixador Sérgio Amaral |
Houve muitas críticas pelo destaque dado pelo presidente a Olavo de Carvalho, que havia dirigido duras críticas ao vice-presidente Hamilton Mourão. Muitos também criticaram o momento em que a viagem ocorreu, quando o projeto vital para o governo, o projeto de Reforma da Previdência Social, está no Congresso Nacional, aguardando para ser votada, e cuja negociação para a obtenção dos votos necessários para a aprovação encontra problemas, com divergências dentro do próprio partido do presidente.
Na segunda-feira, 18 de Março, o presidente participou do Brazil Day in Washington, promovido pela U.S. Chamber of Commerce, onde discursou para a platéia de empresários, falando em parcerias. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também falou aos empresários, dizendo que o Brasil busca parcerias e investidores para seus projetos. À noite, o presidente participou de um jantar oferecido pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos.
Na terça-feira, 19 de Março, aconteceu o encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, na Casa Branca. Durante a reunião realizada no emblemático Salão Oval, os presidentes trocaram camisas das seleções nacionais. O deputado Eduardo Bolsonaro participou da reunião, em lugar do chanceler Ernesto Araújo que, segundo relatos, teve um chilique por ter sido preterido para a reunião. Na verdade, eu não tiro a razão do chanceler, que foi quem negociou e preparou toda a visita presidencial, e é fato conhecido que normalmente nestes encontros formais, realizados no Salão Oval, participam membros restritos do alto escalão dos governos, e os chanceleres normalmente acompanham seus chefes de estado. Mas ficou evidente que o Eduardo Bolsonaro é quem está à frente da nossa diplomacia, infelizmente!
Nas reuniões de trabalho, foram discutidos vários temas, envolvendo comércio, trocas de tecnologias, questões de segurança e temas internacionais, como o problema venezuelano. Foi assinado o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permitirá que os Estados Unidos usem comercialmente as instalações da Base de Alcântara, no estado do Maranhão, para o lançamento de satélites. A soberania brasileira sobre as instalações não será afetada. A base fica em uma posição estratégica, a apenas dois graus abaixo da linha do Equador, o que faz com que os foguetes lançadores de satélites economizem em 30% o consumo de combustível, permitindo, com essa economia, que os foguetes carreguem uma carga 30% mais pesada.
Os presidentes também tiveram um encontro privado, com a presença apenas dos tradutores. Após os encontros e reuniões, os dois presidentes se dirigiram aos jardins da Casa Branca, para fazerem suas declarações à imprensa.
O presidente americano Donald Trump foi o primeiro a discursar. Em sua fala, teceu elogios ao presidente Bolsonaro, citando sua vitória nas eleições e a sua rápida recuperação após as cirurgias decorrentes do atentado sofrido. Reconheceu que ambos compartilham valores e visão de mundo parecidos e que isto fortalecerá a relação entre os Estados Unidos e o Brasil. Trump lembrou ainda, que a amizade entre os dois países tem dois séculos e que os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil em 1822, e que o Brasil foi o único país sul-americano a auxiliar o esforço de guerra aliado com o envio de tropas, durante a Segunda Guerra Mundial. Afirmou também que o Brasil e os Estados Unidos são as maiores economias e as maiores democracias do hemisfério ocidental. Falou também que Brasil e Estados Unidos foram os primeiros países a reconhecerem Juán Guaidó como presidente interino da Venezuela e da liderança brasileira na América Latina, ao apoiar o povo venezuelano na luta pela retomada da democracia em seu país. Donald Trump também agradeceu o apoio logístico fornecido pelo Brasil para o envio de ajuda humanitária para os venezuelanos. O presidente americano falou em parceria, e aprofundamento das relações entre os dois países. Mencionou que após vinte anos de negociações, foi firmado o acordo que permite aos Estados Unidos lançar foguetes a partir do Brasil. Disse ainda que pretende recomendar que o Brasil seja aceito como Extra-NATO Ally, ou Aliado Extra-OTAN, em tradução literal, o que faria do Brasil um parceiro estratégico em assuntos militares na América do Sul e abriria a oportunidade de acesso a financiamentos mais baratos para a aquisição de armamentos e equipamentos bélicos para a renovação das Forças Armadas brasileiras. Também citou o desejo brasileiro de ser aceito como membro na OCDE, Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
Gostei do discurso do presidente Donald Trump, pois suas palavras colocaram o Brasil em um novo patamar, ao relembrar a relação histórica entre os dois países. Aqui eu gostaria de destacar que o primeiro chefe de estado brasileiro a visitar os Estados Unidos foi o imperador Dom Pedro II, em 1876, durante a presidência de Ulysses Grant. Também achei muito bom posicionar o Brasil no hemisfério ocidental, e não apenas se referindo ao Brasil como um país emergente. Nos colocar no hemisfério ocidental, como muitos analistas observaram, nos coloca como participantes do mesmo sistema de crenças e valores, que embasam os Estados Unidos e os países da Europa ocidental.
O presidente Jair Bolsonaro discursou em seguida. Ele iniciou agradecendo a hospitalidade, disse estar honrado em ser recebido, e lembrou que esta era a sua primeira viagem bilateral após sua posse. Aproveitou para convidar Trump a visitar o Brasil. Achei um tanto constrangedor, principalmente pelo excessivo deslumbre com os Estados Unidos e o presidente Trump. Quando falou de sua admiração pela América, ele não estava se referindo aos grandes presidentes que o país já teve, ou de suas idéias, ou de seus pensadores, ou de seus valores como nação. Nosso presidente tem todo o direito de admirar quem ele quiser, mas deve sempre se lembrar que quando fala, deve falar como um estadista, como alguém que representa ali, naquele momento, todo o povo brasileiro. O presidente Bolsonaro disse que ele era o primeiro presidente brasileiro em décadas que não é anti-americano. Houve muitas críticas ao presidente, e não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, com a imprensa americana divulgado memes em que o presidente Bolsonaro aparece lambendo os sapatos de Trump. Bolsonaro se referiu às reformas que pretende implementar no Brasil, o que tornarão o país mais atraente, com um melhor ambiente de negócios. Em sua fala, Bolsonaro anunciou o acordo referente ao uso da base de Alcântara e disse que espera receber o apoio do governo americano para o ingresso na OCDE e que, como sinal, o governo brasileiro estava isentando os cidadãos americanos da necessidade de visto para viajar ao Brasil, para um incremento no turismo e nos negócios.
Bolsonaro também falou da necessidade de ambos os governos trabalharem em cooperação em áreas como a segurança, o combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas. Mencionou a questão venezuelana, falando da importância da restauração da ordem democrática naquele pais, e que tudo o que está ocorrendo lá e em outros países é devido ao Foro de São Paulo que, segundo o presidente Bolsonaro, quase dominou todos os países da América Latina, e que foi afastado do poder no Brasil pela via democrática. Lembrou que americanos e brasileiros partilham os mesmos valores, o respeito à liberdade, à família tradicional, o temor a Deus, contra a ideologia de gênero, o socialismo, o politicamente correto e as fake news. Terminou citando o ex-presidente americano Ronald Reagan, que disse que o povo deve dizer o que o governo pode fazer e não o contrário. Bolsonaro disse que quer uma América grande e um Brasil grande também.
Durante a entrevista coletiva, os presidentes responderam a perguntas referentes a Venezuela, quando o presidente Bolsonaro foi evasivo em sua resposta. O presidente também falou ao canal de TV Fox News, onde disse a polêmica frase que a maioria dos imigrantes que vão aos Estados Unidos não tem boas intenções, o que gerou uma onda de protestos tanto dentro como fora dos Estados Unidos e nas redes sociais e na imprensa brasileira. Nestes primeiros meses de governo, já ficou claro que a falta de experiência e de traquejo do presidente, o colocam em situações de saia justa, sempre por conta daquilo que fala, aparentemente sem pensar.
As maiores críticas feitas se referem principalmente, à posição subalterna e de submissão adotada pelo governo brasileiro diante dos americanos. Na minha opinião, foi a ressurreição do nosso sentimento de vira-lata. Eu pensava que nossa autoestima, como povo, já tinha atingido um patamar em que isto tinha ficado no passado. Infelizmente nosso presidente, que é de Direita, Conservador, parece que durante a viagem ficou confuso com o que significa ser patriota!
A viagem teve aspectos positivos. Eu vejo como o ponto de partida, para que no futuro, possamos obter vitórias concretas no relacionamento, principalmente comercial, com os Estados Unidos. A partir de agora, com a reabertura do fórum de CEOs, com a criação do fórum de energia e o de segurança, estas conversações permitirão negociações que melhorarão as relações comerciais e institucionais bilaterais. Creio que os frutos serão colhidos no médio/longo prazo. Não vejo os americanos sendo recíprocos em relação à isenção de visto para brasileiros, mas o presidente Trump apontou que pode facilitar a obtenção dos vistos.
Com relação ao comércio, embora eu ache que os resultados só virão no médio e longo prazos, não podemos nos esquecer que a pauta de exportações brasileiras mais relevantes é muito semelhante à pauta americana, já que o Brasil e os Estados Unidos são os maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas, e ambos os países tem como principal mercado a China. Por isso creio que as coisas se desenrolarão devagar, pois não serão fáceis. Os americanos esperam que a relação comercial entre o Brasil e a China diminua, o que encontra apoio no governo brasileiro, com vozes como a do chanceler Ernesto Araújo, repetindo estas questões contra a China. Temos que ter em mente, ao analisar estes assuntos ligados ao comércio exterior que, a China não nos impõe barreiras comerciais, enquanto que os americanos impõem diversas restrições ao Brasil.
Outra questão que deu o que falar foi o fato do vereador Carlos Bolsonaro ir a Brasília e ficar despachando no Palácio do Planalto. Eu acho revoltante! Se ele não quer atuar como vereador, em uma cidade que tem tantos problemas para resolver, então que renuncie ao seu mandato! Na boa, quem ele pensa que é pra fazer o que fez? Ser filho do presidente não faz dele o substituto do presidente! Para isso temos o vice-presidente, no caso Hamilton Mourão! Será que foi o Olavo de Carvalho quem mandou que o Carlos Bolsonaro ficasse lá em Brasília, vigiando os passos do vice-presidente, para evitar que ele desse um golpe e tomasse o poder? Francamente, fala sério! Nosso governo precisa ter uma postura mais séria, mais profissional, menos vira-lata, menos deslumbrado. Chega de tanta palhaçada! Chega de fogo amigo! Ajam de acordo com o cargo e a responsabilidade que lhes foram concedidos pelo povo brasileiro! A altivez está longe do Palácio do Planalto.
Reunião entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump no Salão Oval, na Casa Branca |
Nas reuniões de trabalho, foram discutidos vários temas, envolvendo comércio, trocas de tecnologias, questões de segurança e temas internacionais, como o problema venezuelano. Foi assinado o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permitirá que os Estados Unidos usem comercialmente as instalações da Base de Alcântara, no estado do Maranhão, para o lançamento de satélites. A soberania brasileira sobre as instalações não será afetada. A base fica em uma posição estratégica, a apenas dois graus abaixo da linha do Equador, o que faz com que os foguetes lançadores de satélites economizem em 30% o consumo de combustível, permitindo, com essa economia, que os foguetes carreguem uma carga 30% mais pesada.
Os presidentes também tiveram um encontro privado, com a presença apenas dos tradutores. Após os encontros e reuniões, os dois presidentes se dirigiram aos jardins da Casa Branca, para fazerem suas declarações à imprensa.
Presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump se cumprimentam após seus discursos nos jardins da Casa Branca |
O presidente americano Donald Trump foi o primeiro a discursar. Em sua fala, teceu elogios ao presidente Bolsonaro, citando sua vitória nas eleições e a sua rápida recuperação após as cirurgias decorrentes do atentado sofrido. Reconheceu que ambos compartilham valores e visão de mundo parecidos e que isto fortalecerá a relação entre os Estados Unidos e o Brasil. Trump lembrou ainda, que a amizade entre os dois países tem dois séculos e que os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil em 1822, e que o Brasil foi o único país sul-americano a auxiliar o esforço de guerra aliado com o envio de tropas, durante a Segunda Guerra Mundial. Afirmou também que o Brasil e os Estados Unidos são as maiores economias e as maiores democracias do hemisfério ocidental. Falou também que Brasil e Estados Unidos foram os primeiros países a reconhecerem Juán Guaidó como presidente interino da Venezuela e da liderança brasileira na América Latina, ao apoiar o povo venezuelano na luta pela retomada da democracia em seu país. Donald Trump também agradeceu o apoio logístico fornecido pelo Brasil para o envio de ajuda humanitária para os venezuelanos. O presidente americano falou em parceria, e aprofundamento das relações entre os dois países. Mencionou que após vinte anos de negociações, foi firmado o acordo que permite aos Estados Unidos lançar foguetes a partir do Brasil. Disse ainda que pretende recomendar que o Brasil seja aceito como Extra-NATO Ally, ou Aliado Extra-OTAN, em tradução literal, o que faria do Brasil um parceiro estratégico em assuntos militares na América do Sul e abriria a oportunidade de acesso a financiamentos mais baratos para a aquisição de armamentos e equipamentos bélicos para a renovação das Forças Armadas brasileiras. Também citou o desejo brasileiro de ser aceito como membro na OCDE, Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
Gostei do discurso do presidente Donald Trump, pois suas palavras colocaram o Brasil em um novo patamar, ao relembrar a relação histórica entre os dois países. Aqui eu gostaria de destacar que o primeiro chefe de estado brasileiro a visitar os Estados Unidos foi o imperador Dom Pedro II, em 1876, durante a presidência de Ulysses Grant. Também achei muito bom posicionar o Brasil no hemisfério ocidental, e não apenas se referindo ao Brasil como um país emergente. Nos colocar no hemisfério ocidental, como muitos analistas observaram, nos coloca como participantes do mesmo sistema de crenças e valores, que embasam os Estados Unidos e os países da Europa ocidental.
O presidente Jair Bolsonaro discursou em seguida. Ele iniciou agradecendo a hospitalidade, disse estar honrado em ser recebido, e lembrou que esta era a sua primeira viagem bilateral após sua posse. Aproveitou para convidar Trump a visitar o Brasil. Achei um tanto constrangedor, principalmente pelo excessivo deslumbre com os Estados Unidos e o presidente Trump. Quando falou de sua admiração pela América, ele não estava se referindo aos grandes presidentes que o país já teve, ou de suas idéias, ou de seus pensadores, ou de seus valores como nação. Nosso presidente tem todo o direito de admirar quem ele quiser, mas deve sempre se lembrar que quando fala, deve falar como um estadista, como alguém que representa ali, naquele momento, todo o povo brasileiro. O presidente Bolsonaro disse que ele era o primeiro presidente brasileiro em décadas que não é anti-americano. Houve muitas críticas ao presidente, e não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, com a imprensa americana divulgado memes em que o presidente Bolsonaro aparece lambendo os sapatos de Trump. Bolsonaro se referiu às reformas que pretende implementar no Brasil, o que tornarão o país mais atraente, com um melhor ambiente de negócios. Em sua fala, Bolsonaro anunciou o acordo referente ao uso da base de Alcântara e disse que espera receber o apoio do governo americano para o ingresso na OCDE e que, como sinal, o governo brasileiro estava isentando os cidadãos americanos da necessidade de visto para viajar ao Brasil, para um incremento no turismo e nos negócios.
Bolsonaro também falou da necessidade de ambos os governos trabalharem em cooperação em áreas como a segurança, o combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas. Mencionou a questão venezuelana, falando da importância da restauração da ordem democrática naquele pais, e que tudo o que está ocorrendo lá e em outros países é devido ao Foro de São Paulo que, segundo o presidente Bolsonaro, quase dominou todos os países da América Latina, e que foi afastado do poder no Brasil pela via democrática. Lembrou que americanos e brasileiros partilham os mesmos valores, o respeito à liberdade, à família tradicional, o temor a Deus, contra a ideologia de gênero, o socialismo, o politicamente correto e as fake news. Terminou citando o ex-presidente americano Ronald Reagan, que disse que o povo deve dizer o que o governo pode fazer e não o contrário. Bolsonaro disse que quer uma América grande e um Brasil grande também.
Durante a entrevista coletiva, os presidentes responderam a perguntas referentes a Venezuela, quando o presidente Bolsonaro foi evasivo em sua resposta. O presidente também falou ao canal de TV Fox News, onde disse a polêmica frase que a maioria dos imigrantes que vão aos Estados Unidos não tem boas intenções, o que gerou uma onda de protestos tanto dentro como fora dos Estados Unidos e nas redes sociais e na imprensa brasileira. Nestes primeiros meses de governo, já ficou claro que a falta de experiência e de traquejo do presidente, o colocam em situações de saia justa, sempre por conta daquilo que fala, aparentemente sem pensar.
As maiores críticas feitas se referem principalmente, à posição subalterna e de submissão adotada pelo governo brasileiro diante dos americanos. Na minha opinião, foi a ressurreição do nosso sentimento de vira-lata. Eu pensava que nossa autoestima, como povo, já tinha atingido um patamar em que isto tinha ficado no passado. Infelizmente nosso presidente, que é de Direita, Conservador, parece que durante a viagem ficou confuso com o que significa ser patriota!
A viagem teve aspectos positivos. Eu vejo como o ponto de partida, para que no futuro, possamos obter vitórias concretas no relacionamento, principalmente comercial, com os Estados Unidos. A partir de agora, com a reabertura do fórum de CEOs, com a criação do fórum de energia e o de segurança, estas conversações permitirão negociações que melhorarão as relações comerciais e institucionais bilaterais. Creio que os frutos serão colhidos no médio/longo prazo. Não vejo os americanos sendo recíprocos em relação à isenção de visto para brasileiros, mas o presidente Trump apontou que pode facilitar a obtenção dos vistos.
Com relação ao comércio, embora eu ache que os resultados só virão no médio e longo prazos, não podemos nos esquecer que a pauta de exportações brasileiras mais relevantes é muito semelhante à pauta americana, já que o Brasil e os Estados Unidos são os maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas, e ambos os países tem como principal mercado a China. Por isso creio que as coisas se desenrolarão devagar, pois não serão fáceis. Os americanos esperam que a relação comercial entre o Brasil e a China diminua, o que encontra apoio no governo brasileiro, com vozes como a do chanceler Ernesto Araújo, repetindo estas questões contra a China. Temos que ter em mente, ao analisar estes assuntos ligados ao comércio exterior que, a China não nos impõe barreiras comerciais, enquanto que os americanos impõem diversas restrições ao Brasil.
Outra questão que deu o que falar foi o fato do vereador Carlos Bolsonaro ir a Brasília e ficar despachando no Palácio do Planalto. Eu acho revoltante! Se ele não quer atuar como vereador, em uma cidade que tem tantos problemas para resolver, então que renuncie ao seu mandato! Na boa, quem ele pensa que é pra fazer o que fez? Ser filho do presidente não faz dele o substituto do presidente! Para isso temos o vice-presidente, no caso Hamilton Mourão! Será que foi o Olavo de Carvalho quem mandou que o Carlos Bolsonaro ficasse lá em Brasília, vigiando os passos do vice-presidente, para evitar que ele desse um golpe e tomasse o poder? Francamente, fala sério! Nosso governo precisa ter uma postura mais séria, mais profissional, menos vira-lata, menos deslumbrado. Chega de tanta palhaçada! Chega de fogo amigo! Ajam de acordo com o cargo e a responsabilidade que lhes foram concedidos pelo povo brasileiro! A altivez está longe do Palácio do Planalto.
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