E o Senado?

 


Se na Câmara dos Deputados as opções de candidatos à presidência da Casa são decepcionantes, no Senado Federal as coisas não são mais animadoras. Dada a importância do Senado no sistema de freios e contrapesos que, teoricamente, deveria manter a independência e a harmonia entre os poderes da república, nenhum dos candidatos à presidência tem a estatura necessária para exercê-la. Pelo que pode ser observado, é provável que o Senado Federal continue seguindo o mesmo caminho que o trouxe até aqui.

São quatro os candidatos à presidência do Senado Federal: Rodrigo Pacheco (DEM), Simone Tebet (MDB), Major Olímpio (PSL) e Jorge Kajuru (Cidadania). Pacheco é o candidato do atual presidente Davi Alcolumbre (DEM) e tem também o apoio do governo. Simone Tebet tem a seu favor o fato de presidir a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de ter batido de frente com Alcolumbre em algumas ocasiões, colocando-a como candidata daqueles que não estavam satisfeitos com a gestão dele, embora tenha poucas chances de ser eleita.

Kajuru e Olímpio, a meu ver, são dois fanfarrões, cujas candidaturas (e mandatos) não devem ser levadas a sério.

Da mesma forma que ocorre com Arthur Lira na Câmara, o fato de Pacheco ter o apoio do Palácio do Planalto não me faz ter simpatias por sua candidatura. Por ser candidato de Alcolumbre, e filiado ao DEM, sua vitória representará mais do mesmo. Continuaremos a ter um Senado omisso em relação à sua atribuição constitucional de fiscalizador do Supremo Tribunal Federal, e os pedidos de impeachment de ministros da corte deverão seguir sendo engavetados, por mais bem fundamentados que sejam, e por maior que seja o clamor popular. A vitória de Pacheco não representará a mudança na postura do Senado, tão desejada pela sociedade.

Pelo jeito teremos mais dois anos de convivência tumultuada com o Congresso Nacional. Espero estar errado, e espero sinceramente que o governo possa colher frutos positivos destas indicações, caso se confirmem vencedoras. Senão só teremos uma chance real de mudança quando renovarmos a Câmara dos Deputados e parte do Senado Federal, em 2022.

Comentários

  1. Infelizmente tenho que concordar com vc e dizer que a anos que só colocamos no poder legislativo, pessoas desqualificadas moralmente. Creio que será necessária muitas eleições ainda para que seja efetuada a limpeza das casas.

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  2. Muito obrigado por ler e comentar!
    Temos muito o que amadurecer como eleitores, enquanto isso não ocorrer, não teremos um Congresso decente!

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