Estados Unidos matam terrorista iraniano

General Qassem Soleimani

Nós todos estamos acompanhando através da imprensa a história do ataque militar americano que matou o general iraniano Qassem Soleimani, considerado o segundo homem mais poderoso do regime iraniano. Sua morte ocorreu no dia 2 de janeiro, nos arredores do aeroporto internacional de Bagdá, capital do Iraque, alguns dias após um ataque perpetrado à embaixada americana na mesma cidade, e cuja autoria os americanos atribuem a terroristas ligados ao Irã. A ordem para executá-lo partiu do presidente Donald Trump, e o governo americano justificou o ataque afirmando que era uma medida necessária para se evitar futuros ataques terroristas contra alvos e cidadãos americanos.

O general Soleimani era o comandante da Força Quds, uma unidade de forças especiais especializada em operações paramilitares e parte da Guarda Revolucionária Islâmica, braço armado do regime teocrático do Irã e independente das forças armadas regulares.

Após a morte do terrorista, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei decretou luto de três dias e prometeu "honrar a memória de Soleimani". O presidente iraniano Hassam Rouhani afirmou que o Irã irá "se vingar deste crime hediondo". A Rússia e o Iraque condenaram a ação americana, enquanto o Conselho Europeu e as Nações Unidas manifestaram preocupação frente aos acontecimentos. O temor de uma escalada nos conflitos no Oriente Médio levou os preços do petróleo a disparar no mercado internacional, principalmente devido aos temores das retaliações iranianas, que podem colocar em risco o suprimento de petróleo que passa pelo Estreito de Ormuz.

O governo brasileiro se manifestou através do Itamaraty, afirmando em nota que "o governo brasileiro manifesta o seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo" e que "essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo" . A nota também afirma que "O Brasil não pode ficar indiferente a esta ameaça".

Eu apoio 100% a ação do governo americano neste caso, e chamo Suleimani por aquilo que ele era: um terrorista. E achei correto o posicionamento do governo brasileiro, que se colocou claramente contra o terrorismo, mesmo não citando diretamente o Irã. Gostei da afirmação do Itamaraty que mostra que para o governo brasileiro não há nada que justifique o terrorismo, ao contrário dos posicionamentos dos governos passados, que procuravam relativizar as ações de grupos terroristas, buscando justificar as suas ações violentas e até mesmo concedendo asilo a terroristas condenados, como Cesare Battisti. Este posicionamento do Itamaraty ajuda a restaurar sua força diplomática, tão enfraquecida pelo regime petista, que até mesmo procurou mediar um acordo nuclear com o ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, e que colocou o Brasil ao lado de países párias como a Líbia de Muammar Kaddafi. Numa atitude contraditória, a esquerda brasileira já se colocou ao lado do regime iraniano neste caso, o mesmo regime que oprime mulheres e executa gays, os mesmos que seriam representados e defendidos pela esquerda.

Muitos condenam a atitude dos Estados Unidos, acusando-os de interferir em excesso nos assuntos internos de outros países. Embora eu entenda essas críticas, não vejo com maus olhos este papel de polícia do mundo exercido pelos americanos. Penso assim porque se ninguém agir de forma repressiva contra regimes autoritários e claramente incentivadores e propagadores do terrorismo, como o iraniano, a insegurança e a violência só tendem a aumentar. Nenhum tipo de violência pode ficar livre para agir, sem que hajam represálias por parte das pessoas de bem. E, se os Estados Unidos cruzarem os braços, quem irá defender a Liberdade, a Democracia, os Direitos Humanos e os valores que nos são tão caros? Não podemos esperar que potências militares como a Rússia e a China atuem nesse sentido, pois são regimes onde estes valores são constantemente atacados. Não há no mundo nenhum país que possa defender estes valores como os Estados Unidos.

Não sou nenhum fã incondicional dos americanos, apenas reconheço que eles tem um papel no mundo e que devem exercê-lo, com o apoio do Brasil e de todos os países com os quais os valores que citei são compartilhados. Liberdade, Democracia, Direitos Humanos, entre outros, são valores que formam os pilares que sustentam a civilização ocidental. Se não estivermos dispostos a defendê-los, ninguém mais o fará. Até porque são muitos os que querem colocar abaixo tais pilares e substituí-los por outros com valores totalmente opostos. Basta ver os regimes que imperam nesses países apoiadores do terrorismo, e que estão se posicionando contra os americanos, para constatarmos isso!

E quanto a uma possível terceira guerra mundial, na minha opinião não passa de histeria. Medo de retaliação do Irã? Os iranianos vão retaliar sim, agindo da mesma forma que agiram até hoje, através de ações terroristas, que podem ocorrer em vários lugares. Eles não tem força para atacar diretamente e maciçamente os Estados Unidos, e podem querer retaliar atacando aliados americanos na região, como a Arábia Saudita ou Israel. Isto geraria um grave conflito na região, mas estaria longe de ser uma terceira guerra mundial. Mas haveria grave impacto econômico, por causa da importância da região no suprimento do petróleo consumido pelo mundo. Devemos nos precaver quanto às consequências econômicas e também quanto às medidas contra o terrorismo.

Vamos acompanhar os desdobramentos, nos preparando para as possíveis consequências. E que Deus nos fortaleça e proteja!




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