Taxa básica de juros é reduzida para 2% ao ano!

Edifício-sede do Banco Central do Brasil - Brasília/DF

No último dia 5 de agosto, o Comitê de Política Econômica (COPOM) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros da economia (Taxa Selic) de 2,25% para 2% ao ano. Foi a nona redução seguida promovida pela instituição e reflete o momento pelo qual passa a economia brasileira, que apresenta inflação baixa e estável e que, devido à pandemia de Covid-19, poderá amargar uma retração de até 6% no produto interno bruto deste ano, segundo a previsão de analistas.

A taxa de juros é a principal ferramenta de política monetária (não devemos confundir com política econômica) do Banco Central e é utilizada para o controle da inflação, através da busca do equilíbrio entre a oferta e a demanda do mercado. Como a inflação brasileira, já há algum tempo, vem apresentando estabilidade, principalmente devido ao quadro de retração econômica, a taxa básica de juros deve permanecer baixa por um longo período, como forma de estimular o aumento na demanda do consumo, bem como os investimentos produtivos.

Com a taxa de juros tão baixa, o investimento em produtos financeiros como fundos de renda fixa, por exemplo, perdem a atratividade, pois ao se descontar a inflação o ganho real é muito pequeno. Isto faz com que muitos investidores migrem para o mercado de ações. Com isso, as empresas brasileiras têm a oportunidade de buscar investimentos fora do sistema bancário, o que é um incentivo à renovação e inovação das empresas e ao mercado de trabalho.

Uma taxa de juros baixa reflete a relativa estabilidade alcançada pela nossa economia, mas ao mesmo tempo expõe fragilidades que podem fazer com que a taxa de juros volte a subir no futuro. Isto por que a taxa de juros, além de ser um sinal de estabilidade econômica e de controle da inflação, também é um medidor da confiança que o mercado tem no país. Se os investidores enxergam riscos para se investir, a taxa de juros acaba subindo como forma de atrair os investidores, ao oferecer uma melhor remuneração para o seu capital. Hoje, apesar de apresentarmos um quadro inflacionário estável, temos vários fatores que podem minar a confiança dos investidores, como as medidas inconstitucionais do Supremo Tribunal Federal, que aumentam a insegurança jurídica, e o aumento da dívida pública e o das despesas governamentais em um período de retração econômica, que provoca queda da arrecadação de impostos. Estes fatores podem diminuir a confiança dos investidores, levando-os a buscar mercados mais seguros. Neste cenário, o governo pode ter que aumentar a taxa de juros como forma de atrair o capital necessário para se financiar. É uma possibilidade, e certamente as autoridades competentes estão atentas a tudo isto!

De qualquer forma, agora que a pandemia de Covid-19 parece estar se estabilizando no Brasil, permitindo a retomada gradual das atividades econômicas, uma taxa de juros mais baixa será benéfica para este período pós pandemia. Já tínhamos um quadro de desemprego grave antes, o que só se agravou com a retração econômica provocada pela pandemia. Por isso, todas as medidas que visem estimular a economia e a criação de empregos será sempre bem-vinda!

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