Os 75 anos do bombardeio atômico a Hiroshima

Artigo: Foi legítimo lançar a bomba sobre o Japão? - Jornal O Globo


Hoje, dia 6 de agosto de 2020, o Japão relembrou o bombardeio atômico contra a cidade de Hiroshima, ocorrido há 75 anos atrás, sendo o primeiro bombardeio atômico da história. Como ocorre todos os anos, exatamente às 8:15 da manhã, as sirenes soaram em Hiroshima e as pessoas pararam onde estavam, em silêncio, e curvaram suas cabeças numa oração coletiva silenciosa, em memória das vítimas e para pedir pela paz mundial. Na cerimônia realizada no Parque Memorial da Paz, em Hiroshima, o primeiro-ministro Shinzo Abe discursou aos poucos presentes, enfatizando o compromisso japonês com a paz. Devido à pandemia de Covid-19, o público assistiu à cerimônia pela TV e pela internet, e a tradicional cerimônia das lanternas flutuantes foi cancelada.

Desde o final da Segunda Gerra Mundial existe um debate sobre a real necessidade do uso das armas nucleares no conflito. A alegação mais comum é a de que o uso das bombas atômicas acelerou o desfecho do conflito, já que muito provavelmente o Japão seguiria combatendo por muitos anos ainda, e a invasão das ilhas nipônicas teriam um alto custo  em termos de vidas, tanto japonesas como aliadas.

Como ser humano que sou, me envergonho por este fato ocorrido há tanto tempo e lamento que a maldade humana tenha atingido tamanhas proporções, com tantas atrocidades sendo perpetradas por todos os lados. Nada justifica tudo o que ocorreu! E embora o bombardeio atômico tenha acelerado o fim da guerra, a maldade inerente ao ser humano não impediu que novas atrocidades fossem cometidas, como nos mostram Stálin, Mao Tsé Tung, Pol Pot e tantos outros. O terror provocado pelo bombardeio atômico, ao invés de impedir que se prosseguisse com a produção dessas armas terríveis, acelerou a busca pelo seu desenvolvimento e posse, e ainda hoje estamos todos à mercê da ameaça da aniquilação nuclear.

Como descendente de japoneses, não aceito que me imponham um fardo que não me pertence! Não acredito nesse papo de dívida histórica. Eu sou responsável apenas pelos meus atos e suas consequências! Até por que minha família emigrou para o Brasil em 1927, muitos anos antes da eclosão do conflito! E acho, sim, que o Japão errou! Assim como erraram todos os que provocaram o conflito! Não nego e condeno as atrocidades cometidas pelo Japão contra chineses, coreanos e outros asiáticos, assim como condeno todas as atrocidades cometidas pelos outros envolvidos, e lamento todas as mortes ocorridas. Reitero, nada justifica a guerra! Nada justifica tantas atrocidades e tantas vidas humanas perdidas. 

Mas vejo que setenta e cinco anos depois,  o ser humano nada aprendeu com tudo isso! Diante deste fato que é relembrado hoje, fica a inevitável pergunta: quando é que aprenderemos a praticar o que Jesus nos ensinou há quase dois mil anos atrás, ou seja, a amar ao próximo como a nós mesmos? 

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