Precisamos de um novo grito de independência!



Qualquer pessoa provida de um mínimo de raciocínio é capaz de perceber os claros sinais que o país está emitindo, mostrando que quer decolar e crescer. Já era previsto que após a aprovação da Reforma da Previdência, a confiança no Brasil e na nossa economia cresceria, fazendo com que os investidores e empresários passassem a agir, num movimento que faria girar a roda da nossa economia.

Temos hoje a taxa de juros básica mais baixa da nossa história. Temos a inflação baixa e sob controle, mesmo com a alta do dólar ocorrida recentemente e mesmo com a alta do preço da carne, ocorrida pela queda da oferta no mercado interno, frente ao aumento da demanda tanto interna, puxada pela recuperação econômica, como externa, puxada pelo aumento de demanda chinesa. A situação está tão favorável ao Brasil que até o presidente Donald Trump refletiu a preocupação do agronegócio americano quanto à concorrência com os produtos agrícolas brasileiros. Nosso agronegócio é o único setor da nossa economia com condições de concorrer de igual para igual com qualquer potência estrangeira. Os americanos nos temem! Os franceses nos temem! E ambos nos ameaçam, os americanos com o aumento das tarifas de importação sobre o aço e o alumínio brasileiros e os franceses com a recusa de aprovar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia. Mas não são os únicos países que nos temem, muitos outros usam medidas como barreiras sanitárias para impedir que os nossos produtos agropecuários invadam os seus mercados.

Ano após ano vemos a nossa safra de grãos bater recordes. E o otimismo não está mais restrito ao setor agropecuário. Na terça-feira 3, o IBGE divulgou os dados mais recentes sobre a nossa economia, mostrando um surpreendente crescimento de 0,6% do PIB no terceiro trimestre de 2019, comparado ao trimestre anterior. É simplesmente o dobro das estimativas dos especialistas! E o crescimento foi puxado pelo agronegócio, que cresceu 1,3%, seguido pela Indústria que cresceu 0,8% e pelos Serviços que cresceu 0,4%. A indústria teve o maior crescimento para o mês de outubro desde 2012! Outro fator importante é que o consumo das famílias, que corresponde a 60% do PIB brasileiro, cresceu 1,9%. Já há quem acredite que em 2019 o PIB crescerá entre 1,2% e 1,5%!

Já sabemos da força do nosso agronegócio e o aumento dos negócios com outros países somado ao aumento do consumo interno explica a alta do setor. Mas o que deve ser observado com bastante atenção é o crescimento da Indústria. Este setor paga os maiores salários médios, comparado aos demais setores, e normalmente é o último setor da economia a apresentar crescimento quando existe uma recuperação econômica. Porém, mesmo sendo o último setor a reagir às medidas de crescimento econômico, é o que mais contribui para um crescimento sustentável, pois a indústria produz bens de alto valor agregado, que depende de uma grande cadeia produtiva para serem produzidos. Por isso, quando uma indústria aumenta a sua produção, ela faz com que outras indústrias também reajam para fornecer componentes, embalagens, máquinas ou outros insumos necessários. A nossa indústria possui hoje uma capacidade ociosa que aos poucos está voltando a ser utilizada, o que é ótimo para a geração de empregos e para a economia como um todo.

Tudo isso refletiu no comportamento da Bolsa de Valores de São Paulo. Diante da baixa taxa de juros, muitos investidores estão migrando dos investimentos em fundos, para o investimento direto no setor produtivo, através da compra de ações de empresas brasileiras com potencial de crescimento diante da nova realidade econômica. Com isso, a Bovespa vem batendo sucessivos recordes de movimentação de negócios e, na quarta 4, fechou  acima de 110 mil pontos pela primeira vez na nossa história, com um movimento de negócios de R$ 16 bilhões. E o dólar, que estava sendo usado pelos pessimistas de plantão como desculpa para criticar o governo, sofreu queda, fechando em R$ 4,20, depois de ter atingido R$ 4,27. Aliás, a desvalorização do Real frente ao Dólar foi a desculpa usada por Trump para nos ameaçar com a retomada das tarifas de importação sobre o aço e o alumínio. Segundo o raciocínio de Trump, estamos manipulando a cotação da nossa moeda com o objetivo de aumentar a competitividade dos nossos produtos de exportação, o que é totalmente falso. Nosso câmbio é flutuante e a cotação da nossa moeda frente ao Dólar e outras moedas reflete múltiplos fatores, que são considerados em qualquer mercado de câmbio que atua de forma livre. A competitividade do nosso setor agropecuário, que é o que mais ameaça os americanos, é resultado de investimentos em produtividade e qualidade, e não tem nada a ver com manipulações ou medidas desleais.

Tudo isto nos mostra um fato que está sendo afirmado por vários especialistas: a qualidade do nosso crescimento. Estamos crescendo com a força do setor privado, sem depender de investimentos públicos! Até porque o Estado brasileiro está com o orçamento em déficit e sem condições de fazer investimentos. Nossa economia mostra que tem força e que tem condições de andar sozinha, basta que o governo não se intrometa! Bastou o governo adotar uma postura mais profissional, através de um ministério técnico e formado por pessoas capazes, que o choque de gestão começou a produzir resultados concretos e sustentáveis.

Mas agora vem a parte ruim. Esta semana foi divulgado o resultado do PISA 2018, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que mostra que nossa Educação está estagnada por pelo menos uma década. Sem uma força de trabalho alfabetizada, capacitada e treinada, o crescimento da nossa economia logo chegará a um limite. Hoje já temos um déficit estimado em 2 milhões de trabalhadores capacitados, mesmo com mais de 10 milhões de desempregados. Ou seja, existem vagas de trabalho disponíveis, mas não há trabalhadores aptos a preencher tais vagas. Está ocorrendo um desencontro entre as necessidades dos empregadores e a mão de obra atualmente disponível.

Além disso, apesar do esforço que a sociedade vem fazendo para recuperar o país, nós vemos que há uma força agindo na direção contrária. Enquanto o Poder Executivo, através do presidente Bolsonaro e de seus ministros, vem propondo medidas sérias e corretas para corrigir os nossos graves problemas, e com o apoio inédito da população, que foi às ruas defender a Reforma da Previdência, enquanto países como a França enfrentam greves contra o mesmo tipo de reforma, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário agem no sentido contrário, de forma descarada, colocando obstáculos para evitar que medidas efetivas de moralização da nossa política e de destravamento da nossa economia sejam aprovadas, contrariando a vontade popular que já foi expressa de várias formas.

O Poder Judiciário se tornou foco de chicanas e de insegurança jurídica, mostrando que muda o entendimento de questões sérias como a prisão após a condenação em segunda instância e o uso de dados obtidos por órgãos de inteligência financeira, segundo suas próprias conveniências. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, mostrou de forma clara que além de não possuir a reputação ilibada e o notório saber jurídico requeridos para ocupar um cargo no Supremo, ainda é capaz de medidas autoritárias, instaurando inquéritos ilegais, promovendo censura, e tentando se apossar de dados sigilosos de milhares de cidadãos. E muitos dos ministros que compõem a Corte Suprema não são diferentes, agindo em favor de grupos específicos e ignorando o fato que estão ali para zelar pela Constituição e pela harmonia jurídica do país.

No Poder Legislativo, os presidentes das duas Casas que compõem o nosso Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, também já mostraram que estão mais interessados em trabalhar em favor de uma agenda pessoal do que em favor de medidas que de fato possam beneficiar todo o conjunto da população. E em nome desta agenda, permitem que projetos vitais como o Pacote Anticrime tramite a passos de tartaruga e seja deturpado, sendo aprovado sem as medidas mais importantes propostas. E já ficou claro que toda medida de moralização esbarra no fato de termos o nosso parlamento formado em grande parte por políticos corrompidos e que tem contas a acertar com a Justiça. Estamos assistindo o presidente do Senado ignorar as vozes de centenas de milhares de brasileiros, se negando a dar andamento aos pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, mostrando de forma clara o conluio que existe entre os dois poderes.

Estamos chegando a um ponto onde a falta de caráter de alguns membros dos poderes da república começará a afetar de forma drástica o crescimento do país. Até pouco tempo atrás, o Congresso se mexia de forma a permitir algum crescimento, mas sem alterar as suas benesses e os seus esquemas espúrios. Mas o Brasil de hoje já não aceita crescer com as migalhas lançadas pelos congressistas e quer crescer com o seu real potencial, que é imenso. Queremos crescer usando toda a nossa capacidade, sem amarras ou limites impostos por burocratas. Queremos nos libertar de Brasília. Durante o período em que estávamos ligados a Portugal, muitos se revoltavam com a cobrança do quinto, o imposto de 20% que era cobrado pela Coroa portuguesa. Tiradentes e a Inconfidência Mineira não me deixam mentir. Quanto Brasília cobra de nós hoje? Trabalhamos 5 meses por ano apenas para pagar impostos!!

Está chegando a hora do basta! Está chegando a hora em que todos os limites serão atingidos. Como nosso povo vai reagir quando isto ocorrer? Não é possível saber com certeza. Mas uma coisa é certa: estamos todos fartos de sermos impedidos de prosperar por um bando de políticos que vivem de forma nababesca às nossas custas. Estamos fartos de sermos ignorados! Estamos fartos de tanta irresponsabilidade com o dinheiro público, que é usado como se não tivesse dono! Estamos cansados da impunidade que impera entre os criminosos comuns e em especial entre os de colarinho branco ou que usam togas. Estamos fartos, estamos cansados. E não queremos que o crescimento que estamos vendo se iniciar se torne outro voo de galinha, como já aconteceu inúmeras vezes no passado. Está na hora de todos, políticos, burocratas, sociedade civil avaliarem o seu papel no momento atual do Brasil, e passar a agir em favor de todos os brasileiros. Quem tem o dever de legislar, que legisle em favor do Brasil. Quem tem que julgar, que julgue em favor da Justiça e da sociedade. Quem tem que trabalhar que trabalhe em prol de um Brasil melhor. Quem tem o dever de cobrar e pressionar, que cobre e pressione todos os que precisem ser cobrados e pressionados. Chega de brincadeira e de amadorismo. Precisamos de gente séria, pois temos problemas sérios para serem resolvidos. E tem muita gente séria trabalhando e atuando, apesar dos que trabalham contra, os números citados nos mostram isso. Não podemos mais perder tempo! O futuro chegou e a hora de agir é agora! Precisamos conquistar novamente a nossa independência!

Comentários

  1. Perfeito. Retrata nosso momento politico de forma clara e suscinta
    Tomara consigamos mesmo decolar "na paz"

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários ofensivos serão excluídos!

Postagens mais visitadas deste blog

A prisão de Roberto Jefferson

Sejam Bem-vindos!

A demissão de Sérgio Moro