A Pandemia e a nossa Saúde Mental

Reproduzo abaixo o meu artigo, escrito para a coluna Conexão Japão, da revista digital Vida Destra:


A Pandemia e a nossa Saúde Mental

O mundo moderno nos proporciona recursos que facilitam muito o nosso dia a dia! O avanço tecnológico revolucionou as comunicações, transformou o trabalho, facilitou os estudos, disseminou o conhecimento e provocou profundas alterações em nossa sociedade. Hoje as mudanças ocorrem num ritmo tão veloz que é difícil acompanhá-las!

Com tantas facilidades proporcionadas pela tecnologia, hoje nem precisamos sair de casa para realizar as nossas tarefas diárias! Podemos trabalhar de forma remota, em home office, fazer compras pela internet e pedir a comida pelo IFood! As lives substituíram as happy hours e podemos nos divertir com os amigos, jogando um game online, ou sozinhos, assistindo a um filme num dos inúmeros serviços disponíveis na internet! Até para namorar podemos usar aplicativos e, se marcarmos um encontro, podemos ir chamando um Uber! Tanta facilidade já vinha fazendo com que muita gente passasse a sair menos de casa! E como ocorre com todas as coisas, isto tem o lado bom e o lado ruim! Este comportamento isolacionista permitiu que o número de pessoas sofrendo de distúrbios emocionais e psicológicos começasse a aumentar drasticamente. E com a pandemia de Covid-19, e a quarentena que foi imposta, sair de casa se tornou algo que muitos passaram a considerar um perigo mortal! Se alguns já não tinham motivos para sair de casa, a pandemia deu a eles mais motivos para permanecerem reclusos! Este comportamento é muito perigoso para a saúde mental das pessoas!

Aqui no Japão existe uma palavra, hikikomori (isolado em casa, em tradução livre), que foi criada para designar pessoas que sofrem de um distúrbio psicológico que as leva a se isolar do mundo exterior e a permanecer  dentro de casa ou, muitas vezes, dentro de seus quartos. Até recentemente, especialistas acreditavam se tratar de um problema exclusivamente japonês, sendo considerado um fenômeno cultural. Mas já se sabe que é um fenômeno global!

Os motivos que levam as pessoas a se tornarem reclusas são os mais variados. Mas geralmente estão ligados à baixa autoestima, e à incapacidade de se adaptar em um mundo que muda de forma muito rápida. Muitas pessoas acabam desenvolvendo um sentimento de inadequação, que as faz se sentirem deslocadas em relação ao restante da sociedade, levando-as a se isolarem para evitar que o contato com as outras pessoas possa evidenciar ainda mais as suas dificuldades pessoais. Sentem-se fracassadas e impotentes. No Brasil, o desemprego e as dificuldades econômicas fazem com que muitos se sintam humilhados e a falta de perspectivas contribui para o surgimento de quadros depressivos ou de ansiedade.

Diante de todas as medidas autoritárias que foram impostas, que afetaram a economia, a saúde, a educação e a vida espiritual das pessoas, ainda não temos como fazer um balanço do estrago que foi feito à nossa sociedade. Mas podemos afirmar com toda a certeza que o prejuízo psicológico é imenso, e que muitas pessoas estão, neste momento, sofrendo silenciosamente depois de terem as suas vidas devastadas pela perda de empregos, pelos negócios falidos, pelos entes queridos que se foram, vítimas do descaso que as impediu de terem um tratamento médico adequado, não apenas para a Covid-19, mas também para as outras doenças, que não deixaram de existir por causa da pandemia! Muitos certamente sofrem de dificuldades de sono, por causa de problemas financeiros; de depressão, pela solidão prolongada; de ansiedade, causada pela falta de perspectivas pessoais; ou de Síndrome do Pânico, devido ao terrorismo a que foram expostos. Os transtornos psicológicos estão afetando vidas e causando sofrimento a muitas pessoas! Mesmo assim, ainda tem gente capaz de defender a adoção de um "novo normal", que só contribuiria para manter esta triste situação!

Querem agora que o distanciamento social vire regra eterna! Apertos de mão e abraços, nem pensar! Encontrar os amigos ou fazer um passeio com a família, se tornou questão de saúde pública, com o Estado se sentindo no direito de intervir na vida das pessoas, ao ponto de dizer quando, como e com quem podem sair de casa, e onde podem ou não podem ir! Parecem não perceber o mal que estas medidas causam à saúde emocional e psicológica das pessoas! Estão dando prioridade para a saúde física, esquecendo-se que ela está intimamente ligada à saúde emocional!

Impor estas medidas restritivas às pessoas não serve apenas para facilitar os esquemas que desviaram bilhões de reais, que deveriam ter sido utilizados para mitigar os efeitos da pandemia e salvar vidas! Isto é apenas o objetivo de curto prazo! Manter as pessoas sob medidas restritivas autoritárias e invasivas, tornando-as emocionalmente e psicologicamente frágeis, serve para que, a médio prazo, a implantação de ideologias esquerdistas seja feita de forma mais fácil.

Temos muita coisa com o que nos preocupar neste momento de recuperação nacional, e a saúde psicológica e emocional do nosso povo não pode ser desprezada! Todos nós devemos procurar identificar aqueles que estejam enfrentando dificuldades e nos esforçar para ajudar, dentro das nossas possibilidades! Não podemos permitir que o distanciamento social nos sirva de desculpa para não nos preocuparmos com as dificuldades enfrentadas pelos demais! Muitas vezes, o sofrimento emocional e psicológico é a causa de  outros problemas e até mesmo de doenças físicas. Por isso temos que dar atenção especial a estas áreas, urgentemente!

Combater de forma ferrenha as fake news da velha mídia, que insiste em manter as narrativas alarmistas, que só alimentam os problemas psicológicos e emocionais das pessoas, também deve ser prioridade. Trabalhar com a verdade, e ajudar a divulgá-la, faz parte deste bom combate! Incentivar as pessoas a retomar a vida espiritual, que também foi propositalmente prejudicada pelas medidas autoritárias, também pode ajudar as pessoas a recobrar o equilíbrio emocional e a recuperar a saúde psicológica.

Vamos viver nossas vidas, com os cuidados necessários, mas sem exageros! Não vamos permitir que estas medidas abusivas afetem a nossa alegria de viver! Não vamos permitir que esta pandemia causada por um vírus chinês prejudique a nossa saúde psicológica! E nem vamos permitir que nos imponham um novo modo de vida! Como conservadores, lutaremos para conservar o modo de vida que herdamos de nossos ancestrais e que foi aperfeiçoado ao longo de gerações, ao custo de sangue, suor e lágrimas! O legado que recebemos vale muito mais que um tal "novo normal"!


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