Três anos de blog: O Brasil e o mundo não são o que gostaríamos que fossem!

 


Há exatos três anos, eu dava início a este blog, com o objetivo de expressar as minhas opiniões acerca de assuntos diversos, mas principalmente sobre assuntos ligados à política. Agradeço, de coração, a todos aqueles que me acompanharam ao longo deste período, e espero que possamos prosseguir juntos por muito tempo ainda!

Naquele tempo eu não poderia imaginar que nestes três anos passaríamos por tudo o que passamos. Talvez nem mesmo os autores de ficção conseguiriam imaginar um cenário que, infelizmente, hoje é real.

Comecei a escrever logo após a posse do presidente Jair Bolsonaro, e assim como milhões de brasileiros, eu tinha a esperança de que finalmente nosso país começaria a viver o seu grande destino. Somos um país de grande potencial, sempre fomos chamados de "o país do futuro", e acreditávamos que finalmente o futuro havia chegado para nós.

Mas as coisas não ocorreram como imaginávamos. Traições, punhaladas nas costas foram acontecendo e gente revelando o verdadeiro caráter e os seus verdadeiros interesses foram se mostrando ao longo do caminho, nos ensinando que a tarefa de construir o Brasil que tanto queremos não seria simples. Eleger o presidente da república não bastou para que puséssemos o país de volta nos trilhos do desenvolvimento.

Desde o início de 2019, o establishment tem trabalhado de todas as formas para impedir que o projeto de governo vencedor nas urnas seja implementado. Fala-se muito em democracia, mas aqueles que dizem defendê-la são os primeiros a desrespeitar a vontade da maioria dos eleitores manifestada de forma democrática nas urnas.

Vimos também a consolidação de um ativismo judicial, que tem atropelado tanto as funções do Poder Legislativo como as do Poder Executivo. Revogam todas as decisões do Executivo Federal, independentemente do interesse popular que as motivou, e ainda dão guarida para partidecos de oposição que, incapazes de conseguir vencer de forma democrática através do voto, no Congresso, judicializam tudo e conseguem assim impedir que o voto da maioria dos membros do parlamento seja respeitado. Na prática, temos visto o governo de uma minoria sobre a maioria. Isto não é e nunca foi democracia. E o Senado, que tem a atribuição constitucional de colocar freio neste ativismo judicial, segue omisso e com uma leniência criminosa.

E para piorar a situação, os membros do establishment aproveitaram o surgimento da covid-19 para criar um exagerado sentimento de medo na população, criando assim a oportunidade perfeita para que medidas restritivas das liberdades e de controle social fossem aplicadas.

Quem acompanha a mais tempo o meu blog e os meus artigos para a revista Vida Destra, sabe que desde o início apontei os exageros das medidas adotadas para o combate à pandemia no Brasil, e eu tinha como fazer uma boa comparação ao usar como parâmetros as medidas adotadas pelo Japão para combater a mesma doença. Obviamente nunca desprezei a doença, apenas combati o exagero que foi criado sobre ela.

Para quem não se lembra ou não sabe, morei durante 24 anos no Japão, e estava lá durante os primeiros 10 meses da pandemia, em 2020. Os japoneses não agiram com o mesmo pânico que vi aqui. E há vários fatores para que isto tenha ocorrido. O primeiro é que os japoneses sabiam que o coronavírus causador da covid-19 pertence a uma família de vírus conhecida desde a década de 1960. Também sabiam que outros coronavírus desta mesma família já haviam causado doenças respiratórias no passado recente, sem ter causado uma pandemia global que necessitasse de medidas extremas como confinamentos e lockdown. Além disso, os japoneses estão habituados a enfrentar epidemias anuais de influenza, o que faz com que a população já esteja acostumada com hábitos como lavar e higienizar bem as mãos, usar álcool em gel, usar máscaras, entre outras medidas preventivas. Anualmente também ocorrem as campanhas de vacinação contra a influenza, com as pessoas optando por se vacinarem, se assim desejarem.

Não houve por lá paralisação dos serviços públicos, com os órgãos públicos funcionando normalmente, apenas adotando medidas preventivas como as citadas acima. Os hospitais também funcionaram normalmente, ao contrário do que ocorreu aqui no Brasil, onde aguardo há mais de um ano por uma consulta no SUS para avaliar a minha deficiência visual. A propósito, realizei procedimentos cirúrgicos no Japão, durante a pandemia, e fiz tratamentos médicos normalmente, sem nenhum impedimento causado pela pandemia. Todos seguiram trabalhando, e as aulas presenciais voltaram a ocorrer já em junho de 2020.

Cheguei a escrever a respeito da diferença gritante no enfrentamento da pandemia nos dois países. O mais incrível é que, enquanto no Brasil se espalhou o pânico e foram tomadas medidas severas na tentativa de conter a covid-19, tendo como resultado mais de 600 mil vítimas fatais da doença, no Japão o número de mortos não chegou a 20 mil em quase dois anos de pandemia. O primeiro caso no Japão foi registrado em 13 de janeiro de 2020. E vale lembrar aos leitores que o Japão possui uma população de 125 milhões de pessoas, que vivem confinadas em um território pequeno, já que o país é um arquipélago, fazendo com que a concentração de pessoas por km² seja muito superior à do Brasil. Além disso, é sabido que o Japão possui uma das populações mais longevas do mundo, com um alto percentual da população sendo composta de idosos, pessoas que constituem o grupo de risco da covid-19. Mesmo assim, os números japoneses não mostram nenhum "genocídio". E se analisarmos as medidas adotadas pelo governo japonês para responder à pandemia, veremos que em sua maioria foram muito semelhantes àquelas defendidas pelo presidente Bolsonaro. Infelizmente, politizaram a pandemia, e o resultado foi um número estratosférico de vítimas. Mais da politicagem de membros da oposição e da imprensa, do que da própria doença em si.

E já que mencionei a imprensa, o que dizer do comportamento dos maiores veículos de mídia do país durante os últimos três anos? É difícil encontrar palavras para descrever tal comportamento, dada a canalhice que tomou conta da maioria dos veículos de "informação". Vemos "jornalistas" mais interessados em expor as suas opiniões do que interessados em apurar os fatos. Aliás, os fatos, que antes serviam de matéria-prima para os jornalistas, hoje são muitas vezes dispensáveis, e só são citados se servirem para corroborar as narrativas criadas para manchar a imagem do governo federal e do presidente Bolsonaro.

É impressionante como, nos últimos três anos, o "jornalismo" se resumiu a um grupelho de militantes de oposição que querem fazer de tudo para que as pessoas fiquem desinformadas acerca das medidas e dos feitos do governo Bolsonaro, e querem que o governo tenha uma imagem péssima junto às pessoas comuns. Felizmente, hoje temos as redes sociais e as mídias independentes, e já não há o protagonismo da mídia mainstream na divulgação dos fatos e da verdade, até porque tal divulgação não interessa à ela.

E a verdade incomodou muita gente neste período! Tanto que medidas dignas de ditaduras como a de Cuba, da China ou da Coreia do Norte, foram adotadas com o objetivo de calar e intimidar pessoas que expunham opiniões contrárias àquelas permitidas pelo establishment. Prisão por opinião virou algo banal e nem mesmo a imunidade parlamentar impediu que um deputado federal, em pleno exercício do seu mandato, fosse preso com base num desses inquéritos ilegais.

E como a polícia cumpre ordens de prisão baseadas em inquéritos ilegais? Aí já é uma outra discussão!

Inquéritos ilegais foram responsáveis pela prisão arbitrária de pessoas, e ministros do Supremo Tribunal Federal passaram a agir como inquisidores, determinadores da verdade, autoproclamando-se membros constituintes de um poder moderador sem nenhuma base constitucional. E nós, cidadãos comuns, assistimos às arbitrariedades sempre com a pergunta: ficará tudo por isso mesmo? Infelizmente ainda não temos resposta a esta indagação.

Hoje, expor pensamentos é quase um ato criminoso no Brasil. Se não somos presos, podemos ser "cancelados" simplesmente por indagar ou por nos posicionar de forma contrária daquela permitida pelo establishment. Que raio de democracia é esta, onde as pessoas são impedidas de se manifestar livremente, mesmo sendo um direito garantido pela Constituição? Aliás, nossa Constituição ainda vale alguma coisa? Pelo visto, as leis só servem para nos punir, nunca para nos proteger!

Como resultado de tudo o que temos visto nos últimos três anos, tem crescido de forma assustadora  o número de pessoas dispostas a abrir mão de sua própria liberdade, para viver sob a tutela daqueles que ocupam o Estado. Tem sido cada vez maior o número de pessoas que deixam de exercer o seu senso crítico, deixam de pensar, e preferem absorver tudo pronto e mastigado, fornecido por alguém da mídia ligada ao establishment, sem perceber que com esta falsa comodidade estão abrindo mão da própria liberdade e estão, pouco a pouco, abrindo mão daquilo que nos constitui e nos distingue como indivíduos. Penso, logo existo! Mas alguns em breve deixarão de existir enquanto indivíduos, e serão apenas membros da coletividade, condicionados a viverem e a pensarem de acordo com o que lhes for determinado. Eu jamais permitirei que me tirem a liberdade de pensar e de expressar o resultado dos meus pensamentos!

Enfim, amigos, mais um ano se inicia, e espero que eu possa continuar a expor aqui as minhas opiniões e análises. Não faço isto com o objetivo de influenciar ninguém, pois não sou o dono da verdade, mas quero manter vivo nas pessoas que vierem a ler estas palavras o desejo de pensar, de analisar e de construir os seus próprios argumentos. Quero estimular o debate de ideias e estimular a troca intelectual entre as pessoas.

Não há problema algum na discordância. Acredito que ela é muitas vezes necessária para a correção de rumos, e faz parte de um debate saudável. Afinal, não há debate se as pessoas pensarem todas da mesma forma e tiverem as mesmas opiniões. Por isso vamos debater, vamos discordar de maneira civilizada e vamos incentivar as pessoas a pesquisarem e a realizarem os seus próprios trabalhos intelectuais. Só assim poderemos nos contrapor aos nossos opositores e nos proteger do avanço do autoritarismo que quer nos impedir de pensar e nos transformar numa massa de acéfalos sem personalidade e sem individualidade. Jamais poderemos permitir que isto ocorra conosco!

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